Gonçalo Quinaz é o nome do mais recente jogador português que tenta encontrar a felicidade futebolística no estrangeiro. Aos 18 anos, sem passagens pela Selecção Nacional, com os clubes grandes da nossa terra a olharem de lado, o extremo do Odivelas recebeu o convite do Rosenborg para uns dias de experiência. Esse mesmo, o mesmo clube que há bem pouco tempo esteve em solo português para tentar eliminar o Benfica da Taça UEFA. Quinaz tenta brilhar agora entre jogadores como Karadas ou Bratbakk, lembram-se?
«Pensei que fosse mais difícil do que aquilo que está a ser», conta Gonçalo Quinaz ao Maisfutebol a partir da Noruega, onde agora principia o campeonato. «Está tudo a correr bem», assegura. «Receberam-me bem. Foram todos super simpáticos, os directores, os dirigentes, os jogadores. Estou a gostar», sintetiza. Antes do Rosenborg jogar em Lisboa, com o Benfica, ainda ninguém imaginava o convite. «Soubemos da notícia já eles tinham sido eliminados pelo Benfica, mas eu estive atento aos dois jogos», revela.
Gonçalo Quinaz é oriundo das escolas do Odivelas. Tem dado nas vistas, já teve por perto o Benfica a observá-lo, mas o facto de não ter passado pelas selecções mais jovens fez desaparecer o interesse encarnado. «O sonho de qualquer jogador é sempre dar o salto, mas nunca esperei que fosse para aqui», diz com uma esperança natural da idade. «Pensei sempre que poderia dar o salto para uma equipa melhor em Portugal.»
Comunicamos com a bola
Não havendo equipas portuguesas por perto surgiu a hipótese de viajar até ao frio do Norte da Europa. Mas o mais complicado nem é a temperatura. «Não dá para falar», lamenta. «Ao princípio a língua é o mais difícil, o primeiro dia foi complicado», lembra. «Comunicamos com a bola, mas não percebo muito bem. Aqui o tradutor português é que me está sempre a dizer o que é que eles dizem», relata. «É um país que fica muito longe, longe da família. Isso tudo custa, mas depois adaptamo-nos bem», ressalva.
O facto de estar acompanhado pelo pai, torna tudo mais fácil. «Está a correr bem, as pessoas são simpáticas. É um país diferente, com outra cultura, mais frio, com um futebol diferente. É um pouco difícil a adaptação, mas felizmente está a correr tudo bem», confessa Quinaz Pereira, o pai do jovem. «Ele tem estado a treinar, hoje treinou com os não titulares e com a equipa B, mas está a treinar com o plantel principal. O mais complicado, de facto, é a língua. Fala-se norueguês, mas a nível de futebol o que interessa é os pés», lembra ao Maisfutebol.
Gonçalo Quinaz partiu para a Noruega a 8 de Abril. Tem agora até sábado para provar que é jogador para o Rosenborg. «Antes de ir embora devem dizer alguma coisa», revelou. «Acho que estão a gostar e mostram-se interessados. Está a ser positivo», conclui.