Nemanja Vidic deixou um apelo aos adeptos do Manchester United para darem o exemplo no domingo, na visita ao Liverpool que ficará marcada por uma homenagem aos 96 adeptos que perderam a vida em Hillsborough. Será o primeiro encontro em Anfield desde a revelação do relatório que denunciou as culpas da polícia e das autoridades na tragédia que ocorreu há 23 anos e desmontou a teoria de que os responsáveis tinham sido os adeptos. «O futebol não é mais importante que qualquer vida», diz o capitão do United.

«Acho que os nosso adeptos vão responder bem. Este é um teste a todo o país. Todo o mundo vai estar a olhar para este jogo. É provavelmente o maior derby do mundo e temos de mostrar que somos capazes de manter um bom ambiente e ser um bom exemplo para as crianças», disse ao site oficial o capitão do United, que vai juntar-se a Steven Gerrard, capitão do Liverpool, para lançar 96 balões antes do jogo.

Os receios de que uma falange de adeptos não alinhe no espírito positivo que se pretende reacenderam-se depois de se terem ouvido cânticos anti-Liverpool no jogo do passado fim de semana entre o United e o Wigan. «É difícil controlar todos os adeptos, mas acho que a maioria deles tem noção da responsabilidade», defende Vidic, que recorre depois ao seu exemplo e ao facto de ter crescido num ambiente de guerra, na Sérvia, para reforçar a importância de dar a devida dimensão às situações.

«O futebol é importante, mas nunca é mais importante que uma vida, qualquer vida. Não interessa se é na Inglaterra, ou na Sérvia, ou em qualquer parte do mundo», diz, referindo-se também à tragédia de Munique, a queda de um avião que em 1958 vitimou vários jogadores do United: «Também temos as nossas tragédias e gostamos que as pessoas respeitem os jogadores que morreram.»

O jogo assinala ainda para mais o reencontro entre Luis Suarez e Patrice Evra, depois da acusação de racismo da época passada. Persiste a dúvida se ambos apertarão as mãos antes do jogo (não o fizeram no último confronto), mas Vidic tenta desvalorizar a questão: «Se apertarem as mãos, apertam. Não acho que seja a coisa mais importante do mundo. Acho que é importante não fazer nada estúpido neste jogo, chegar lá e jogar futebol.»