Na despedida da família e dos amigos, Hugo Almeida não escondeu o desencanto pela partida. O avançado do F.C. Porto viajou ao final da manhã desta terça-feira para a Alemanha, onde vai realizar os habituais testes médicos e assinar pelo Werder Bremen. Imediatamente depois segue para a Áustria, para se juntar aos novos companheiros e começar a trabalhar no novo clube. Vai por empréstimo, mas apenas para já, podendo ir em definitivo se o Werder Bremen exercer até 15 de Janeiro o direito de opção.
Ora no momento em que iniciava a primeira experiência no estrangeiro, dizia-se no primeiro parágrafo, Hugo Almeida não escondeu o desencanto. «Para já parece-me tudo um pouco estranho», garantiu. «Faz-me confusão ser outra vez emprestado, mas as pessoas é que sabem por que acham que não tenho lugar no F.C. Porto. Eu só tenho de levantar a cabeça e seguir em frente». Sem tentar compreender, sequer. «Fiz o que tinha que fazer e dei sempre o meu melhor. O que faltou? Têm de perguntar ao treinador».
«Fiz sempre o meu trabalho e nunca tive nenhum problema com o treinador»
Ora também por sair sem o glamour de uma grande transferência é que Hugo Almeida não se conforma com este destino. «Fico triste por sair, mas a vida de futebolista é complicada. Estamos sempre dependentes de gostarem ou não de nós». O avançado garante que não sabe por que é que no F.C. Porto não gostavam dele. «Comigo não se passou nada, nunca tive nenhum problema com ninguém. Fiz sempre o meu trabalho e estou de consciência tranquila. O treinador é que sabe». Pelo menos fica a consolação de saber que nunca faltou a cobiça de outros emblemas. «Estou contente comigo mesmo. Estava frustrado se não tivesse clubes interessados, mas felizmente eles nunca faltaram».
Houve sempre clubes interessados, e clubes grandes da Europa. Acabou por ganhar a corrida o Werder Bremen, que Hugo Almeida considera um bom partido. «Vou para um país diferente, com uma língua diferente. É uma nova aventura, uma nova oportunidade que vou tentar agarrar com as duas mãos. Vou para um bom clube e vou feliz porque vou manter as coisas boas que tinha no F.C. Porto: vou jogar na Liga dos Campeões e vou lutar para ser campeão». Ora por falar em Liga dos Campeões, interessava saber como seria defrontar a antiga equipa. «Não é problema», disse. «O F.C. Porto foi o clube que me acolheu e que me abriu as portas do futebol profissional. Será até um orgulho defrontar um clube tão grande.