Hugo Inácio, adepto do Benfica que já tinha antecedentes criminais, foi condenado esta quinta-feira pelo Tribunal de Pequena Instância de Lisboa a 18 meses de prisão efetiva, com pena acessória de privação de entrar em recintos desportivos.
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Este adepto tinha sido detido a 7 de novembro, antes do jogo Benfica-Spartak de Moscovo (2-0), da Liga dos Campeões, pela prática de um crime de agressão e injúrias a agente de autoridade, durante desacatos entre claques dos dois clubes.
No entender da juíza Alice Moreira, «uma mera sanção com multa não se revela suficiente» para punir o arguido, de 38 anos, com vários antecedentes criminais, entre os quais um crime de homicídio.
A juíza considerou provada a agressão, com uma cadeira, de Hugo Inácio ao agente policial Jorge Miguel Carrilho. «As sucessivas condenações não fizeram o arguido pensar em alterar comportamentos», afirmou ainda a juíza durante a leitura da sentença, que Hugo Inácio ouviu do lado de fora da sala, por ter chegado já perto do final.
Hugo Inácio já estava relacionado com um dos episódios mais negros do futebol português depois de, em 1996, ter disparado o «very light» que matou Rui Mendes, adepto do Sporting, na final da Taça de Portugal entre Benfica e o clube de Alvalade, e estava atualmente em liberdade precária.
O Ministério Público pedia condenação e pena acessória de impedimento de entrada em recintos desportivos por três anos, o máximo previsto na lei.
No final da sessão, a mãe do arguido mostrou-se contra a sentença, facto que motivou a juíza a ordenar a sua saída da sala. «Vou recorrer, nem que seja a última coisa que faço na vida», afirmou a mãe de Hugo Inácio. Tanto o arguido como a advogada recusaram-se a indicar se vão recorrer da sentença.
Nos confrontos entre claques do Benfica e do Spartak de Moscovo, além de Hugo Inácio, foram detidos mais trinta adeptos russos que vão ser julgados sem estarem presentes, mas com o seu consentimento, a 21 de novembro.