Emanuel Lopes, jogador do CCD Caxarias, da 2.ª Divisão distrital da Associação de Futebol de Santarém, foi suspenso por 45 dias pelo Conselho de Disciplina da associação, após a expulsão no jogo do passado domingo, frente ao Riachense, num lance que está a dar que falar por terras escalabitanas.

O jogador do Caxarias viu o cartão vermelho numa altura em que o jogo estava parado, depois de ter atingido o árbitro com a bola. Porém, o momento tem, no mínimo, contornos surreais.

Como mostram as imagens publicadas pelo Derby de Ourém, um jogador do Caxarias sofreu falta e vários colegas de equipa, entre eles Emanuel, foram junto do árbitro dialogar. O árbitro, ao ordenar afastamento dos mesmos, até atingiu involuntariamente Emanuel na cara, sem que este fizesse caso disso.

Depois, Emanuel foi buscar a bola, rematou-a contra o muro para colocá-la no lugar de marcação do livre de forma normal e tocou (visivelmente sem maldade), no árbitro Adelino Dias, que estava a olhar para Emanuel e, depois disso, mostrou de imediato o cartão vermelho.

A decisão motivou alguma revolta imediata dos jogadores do Caxarias, mas mais do que a expulsão, Emanuel conheceu o castigo de 45 dias na quinta-feira. De acordo com o mapa de castigos, o jogador «tornou-se culpado de conduta violenta», no jogo que o Caxarias perdeu por 3-1.

O atleta já tinha reagido publicamente através da rede social Facebook, na terça-feira. «Nunca quis justificar resultados com erros alheiros, se estamos onde estamos é por culpa própria (…) mas tenho quase 20 anos de distrital e que venha o primeiro árbitro ou adversário dizer que, de alguma forma, agredi ou faltei ao respeito seja por palavras ou atos. Fui para este jogo já com algumas decisões tomadas, a viagem até chegar ao campo custou-me porque tinha a noção que podia ter o último jogo em Caxarias: 11 anos com este símbolo ao peito, cinco anos capitão de equipa e nunca pensei cair assim, pensei sair debaixo de palmas do público de Caxarias e não a limpar lágrimas. Todo o tempo que roubamos às nossas famílias, seja durante a semana, seja num domingo inteiro, quando os malucos pegam na mochila e arrancam assim… não justifica», escreveu.

«Sempre com o máximo respeito, no fim do jogo perguntei o porquê. Ao que parece agredi… Justifiquei que tinha sido sem intenção, simplesmente quis colocar a bola em zona para bater o livre. “Timing errado”, respondeu. Podia e pensei em mandar-me para o chão quando existe o bracejo para afastar os jogadores e levo uma lapada, achei que não havia necessidade de fazer figura estúpida e seguir com o jogo. Acabei por não ser eu a fazê-la», prosseguiu Emanuel.