O mundo do futebol chorou neste domingo o desaparecimento de um dos grandes do desporto: Luis Suárez Miramontes, o único espanhol vencedor da Bola de Ouro.
Nascido na Corunha em 1935, Luis Suárez destacou-se sobretudo no Barcelona e no Inter de Milão, para onde se transferiu já consagrado como o melhor jogador europeu e após a final da Taça dos Clubes Campeões europeus perdida pelos catalães para o Benfica.
Na chegada ao clube italiano, o destino dele cruzou-se com o de outro português: Jorge Humberto, cuja história insólita da chegada aos nerazzurri foi contada pelo próprio ao Maisfutebol.
Quando Jorge Humberto chegou ao Inter, o emblema italiano já tinha dois jogadores estrangeiros, máximo permitido à época no calcio. O internacional inglês Gerry Hitchens era um; o outro era precisamente Luis Suárez.
«O Inter já estava habituado aos dois e a maneira de contornar o problema foi uma mentira: fazer de mim italiano. Custou-me imenso e esqueci tudo ao sair de lá. Nem gosto de falar do assunto», lembrou ao nosso jornal o ex-jogador, agora com 85 anos, há meses aquando da eliminatória entre Benfica e Inter para a Liga dos Campeões.
Helenio Herrera, o então treinador dos nerazzurri, terá garantido ter encontrado na árvore genealógica a prova de que o jogador era descendente de emigrantes italianos, mas foi outra mentira que acabou por colar e fazer com que Jorge Humberto adquirisse a dupla nacionalidade. Qual? Vittorio Raggi, um cidadão italiano, declarou sob juramento que tinha conhecido a mãe de Jorge Humberto em Cabo Verde - onde nasceu - e que seria seu pai.
E Jorge Humberto virou Giorgio Raggi Humberto.