O Manchester City recuperou a liderança da Premier League com uma vitória clara sobre o vizinho United no Etihad Stadium por 3-1. Com um golo a abrir cada uma das partes, a equipa de Pep Guardiola ganhou vantagem, mas o conjunto de José Mourinho ainda ameaçou entrar no jogo, com uma grande penalidade convertida por Martial. Gundogan acabou por sentenciar o dérbi de Manchester na conclusão de um lance espetacular com mais de quarenta passes ao longo de quase dois minutos e uma assistência de Bernardo Silva.

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José Mourinho entrava para este novo duelo com Pep Guardiola com um saldo negativo (9 vitórias, sete empate e cinco derrota), mas a verdade é que o United não tinha perdido nas últimas três visitas ao Etihad Stadium e, na última época até tinha ganho por 3-2. Antes de começar o jogo, um primeiro revés para o treinador português, uma vez que Paul Pogba, elemento essencial na estratégia dos Red Devils, não recuperou da lesão contraída em Turim. Ainda assim, o United entrava em campo com uma estratégia de contenção, com Fellaini e Matic à frente dos centrais.

O City entrou com tudo no jogo, procurando abrir caminhos pelas alas, com os esquerdinos Bernardo Silva e Mahrez a furar pela direita e David Silva e Sterling a romper no lado contrário. Com uma elevada posse de bola, os citizens montaram o cerco e Bernardo Silva assinou o primeiro remate do jogo, logo a abrir. Fellaini, muito ativo na área, ia anulando as bolas bombeadas pelo City, mas a equipa de Guardiola acabou mesmo por chegar ao golo, em velocidade, com a bola aoz ziguezagues na área. Sterling cruzou tenso da esquerda, Bernardo Silva recebeu no segundo poste e serviu David Silva que, depois de tirar um adversário da frente, bateu De Gea como quis.

Aos 12 minutos parecia que o City estava lançado para uma vitória fácil. Mais uma vez, o United estava obrigado a correr atrás do resultado, nada de novo, uma vez que nos últimos oito jogos o United só tinha chegado ao intervalo em vantagem por uma vez. A verdade é que a equipa de Old Trafford reagiu bem ao golo e conseguiu equilibrar a contenda, afastando o jogo da área de De Gea. A equipa de Mourinho conseguiu estancar os corredores e manteve-se forte na zona central, com Fellaini e Matic imperiais. Por outro lado, o United continuava com muitas dificuldades em atacar, com Lingard, Rashford e Martial muito afastados do jogo.

O intervalo chegou com o jogo equilibrado, mas o City voltou a entrar fortíssimo para o segundo tempo e num ápice chegou ao segundo golo. Recuperação de Bernardo Silva, passe a rasgar na zona central a lançar Aguero. O argentino combina com Mahrez, abre sobre a direita e, já de ângulo apertado, atirou uma bomba indefensável para De Gea. O City reforçava a vantagem, tinha mais posse de bola e parecia ter o jogo sob total controlo.

Fantasma de abril pairou no Etihad

No entanto, Mourinho chamou Lukaku para o lugar de Lingard e foi recompensado logo a seguir quando o belga entrou na área e foi derrubado pelas luvas de Ederson que saiu aos seus pés. Martial, na conversão do castigo, atirou a contar, entrando diretamente para um grupo restrito de jogadores do United que marcaram em cinco jogos consecutivos: Eric Cantona, Dwight Yorke, Ruud van Nistelrooy, Wayne Rooney, Cristiano Ronaldo e Robin van Persie.

Um golo que terá feito muitos recordar o dérbi de abril passado, quando o City a vencer por 2-0 e com a festa do título à espera, permitiu que o United virasse o resultado para 2-3, obrigando os citizens a voltar a guardar o champanhe no congelador. Mourinho também tentou dar um novo impulso à equipa lançando para a contenda, de uma assentada, Juan Mata e Aléxis Sánchez. Guardiola, que já tinha lançado Leroy Sané, procurou manter o equilíbrio, trocando Aguero por Gundogan.

O jogo ficou mais aberto, com para e resposta, mas o City voltou a reclamar a bola para si e acabou por matar o jogo com o terceiro golo. Um lance incrível em que a equipa de Pep Guardiola trocou a bola a toda a largura do terreno, por vários minutos, subindo e descendo no terreno, indo de uma ala à outra, até Bernardo Silva receber a bola e, com a defesa do United já tonta de tanto correr, colocou-a açucarada à disposição de Gundogan para o alemão sentenciar a partida. Um final feliz de um lance incrível que o City acumulou 44 passes consecutivos, sem o United tocar na bola, ao longo de  quase dois minutos, até à bola voltar a encontrar as redes de De Gea.

Estava tudo decidido. O City regressava, assim, ao topo da Premier League, mantendo a vantagem de dois pontos sobre o Liverpool de Klopp, mas aumentando a vantagem para a equipa de Mourinho para doze pontos.

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