O novo Governo dos talibãs anunciou que vai proibir as mulheres afegãs de praticaram modalidades desportivas em que possam expor o rosto ou o corpo, noticiou a estação de televisão australiana SBS.
«No críquete, elas poderão enfrentar uma situação em que o seu rosto e corpo não serão cobertos. O Islão não permite que as mulheres sejam vistas desta forma. É a era da informação e haverá fotos e vídeos, e depois as pessoas assistirão a isso. O Islão e o Emirado Islâmico [do Afeganistão] não permitem às mulheres jogar críquete ou praticar o tipo de desporto em que são expostas», disse o chefe-adjunto da comissão cultural dos talibãs à SBS, Ahmadullah Wasiq, citado hoje pela agência Associated Press.
Wasiq disse à SBS, em agosto, que os talibãs permitirão que o críquete masculino continue a ser praticado no Afeganistão e deu a sua aprovação para que a equipa nacional masculina viajasse para a Austrália para uma partida de teste, que deveria começar em 27 de novembro.
O organismo que administra o desporto na Austrália (Cricket Australia) anunciou hoje que não lhe restará outra alternativa senão cancelar a partida com a seleção afegã se se confirmarem as notícias de que «o críquete feminino não será apoiado no Afeganistão».
«A nossa visão para o críquete é que é um desporto para todos e nós apoiamos inequivocamente o jogo para as mulheres a todos os níveis», disse a Cricket Australia, num comunicado divulgado no seu ‘site’.
O ministro do Desporto australiano, Richard Colbeck, disse que a decisão dos talibãs sobre o desporto feminino é «profundamente preocupante».
«A exclusão das mulheres do desporto a qualquer nível é inaceitável. Exortamos as autoridades desportivas internacionais, incluindo o Conselho Internacional de Críquete, a tomarem uma posição contra esta terrível decisão», disse Colbeck, citado pela Associated Press.