A jovem que acusa Dani Alves de agressão sexual, em dezembro de 2022, reafirmou, perante o coletivo de juizes, todas as acusações.

No início do julgamento do internacional brasileiro, a jovem manteve a acusação de que Dani Alves a agrediu sexualmente, com violência e desprezo, na casa de banho da discoteca Sutton. O depoimento da alegada vítima decorreu à porta fechada, mas foi revelado por fontes judiciais.

A jovem prestou testemunho durante mais de uma hora na 21.ª secção da Audiência de Barcelona, local onde também estava o brasileiro, embora a separação que existia entre ambos impedisse que o jogador a conseguisse ver. A voz e a imagem da jovem também foram distorcidas para evitar que a sua identidade venha a ser divulgada, caso exista algum tipo de fuga de imagens para o exterior.

Uma amiga da alegada vítima também prestou depoimento e referiu que a jovem, depois do incidente, «não parava de chorar» e estava «muito nervosa», além de ter dito que Dani Alves a «tinha magoado». 

Segundo o testemunho, terá sido difícil convencer a jovem a apresentar queixa, por considerar que ninguém iria acreditar na sua versão.

A prima da jovem também depôs. «Ao princípio, estava tudo bem, mas, depois, ficámos um pouco incomodadas. Dançavam muito perto de nós, houve momentos em que nos tocaram. Dani Alves colocou-me a mão na zona íntima e na da denunciante também.»

«Falei com a minha prima, que me disse que Alves estava a insistir muito para que fossem a algum sítio. Ela não queria. Ela dizia-lhe que iam dentro de cinco minutos, e, no final creio que o Dani passou pela porta, que eu pensava que daria para uma zona de fumadores», prosseguiu, citada pela Marca.

«O Dani estava à espera, junto à porta, e a denunciante foi ter com ele. Não consegui ver o que acontecia lá dentro, em momento algum. A minha prima demorou um bocado a sair, vi que ela tinha muito má cara. Disse-me que tinha de sair e saímos. Disse que ele a tinha magoado muito e que tinha ejaculado», contou.

O julgamento decorre até quarta-feira. Estão previstos depoimentos de 28 testemunhas, antes de o Tribunal ouvir os peritos e Dani Alves.

Dani Alves, recorde-se, está detido há mais de um ano. O promotor público pede uma pena de nove anos prisão para o internacional brasileiro, mas os advogados da alegada vítima apontam para 12 anos.