Danny Welbeck e Cristian Eriksen

Só termina quando o árbitro apita. Se, no caso de Cristian Eriksen, o golo, apesar de tardio, ainda surgiu bem dentro do tempo regulamentar (83), Danny Welbeck deu três importantíssimos pontos ao Arsenal no último suspiro.

O líder Leicester esteve quase, quase a sobreviver ao segundo teste de fogo consecutivo. Depois da estrondosa vitória sobre o Manchester City, esteve a vencer no Emirates, permitiu o empate ao Arsenal e sofreu o golo da derrota no último golpe. Culpa de Welbeck, que assim reanima a discussão do campeonato, colocando o Arsenal a dois pontos do surpreendente líder.

Mas os «gunners» não estão sós. O Tottenham foi ao Etihad bater o Manchester City e colocou-se lado a lado com o rival londrino. A equipa de Manuel Pellegrini está em queda, a seis pontos do primeiro lugar e quatro atrás da dupla que se segue. No ano em que se despede do clube para entrar Guardiola, não parece ser desta que Pellegrini chega ao título. Mas ainda faltam 12 jogos…

Quanto às figuras, a história de Welbeck ganha evidente destaque. Dez meses de fora a recuperar de uma lesão, entra nos convocados, entra no jogo e dá a vitória. Há dias assim.

-Jurgen Klopp e Guus Hiddink

Longe do título, mas em semana sim. O que, sobretudo para o ainda campeão Chelsea, está longe de ser algo para desvalorizar. As goleadas da jornada na Premier League vieram de históricos em ano de menor fulgor.

A do Liverpool (6-0 ao Aston Villa) acabou por ser quase tão surpreendente como a do tímido campeão. Porque, mesmo não estando tão mal no campeonato, vinha de cinco jogos sem vencer e não ganhava por números tão expressivos desde 27 de abril de 2013.

Na altura, a vítima foi o Newcastle. Os mesmos que, este fim de semana, sofreram a outra goleada da ronda às mãos do Chelsea, por 5-1. Foi a primeira vez que os «blues» fizeram cinco golos na Premier League esta temporada. Aliás, nunca tinham passado dos três. Tinham já vencido por 5-1 mas na Taça de Inglaterra, frente ao Milton Keynes Dons, além de duas goleadas de 4-0 ao Maccabi Telavive, na Champions.

-Cristiano Ronaldo e Luis Suárez

Figuras habituais desta rubrica, pode parecer redundante continuar a incluí-los, mas como deixá-los de fora? Esta semana foram mais dois golos na vitória do Real Madrid por 4-2 frente ao Atletico Bilbao e mais três na do Barcelona frente ao Celta de Vigo, por 6-1.

Ronaldo chamou para si a liderança dos melhores marcadores da Liga, por uma noite. Suárez recuperou-a este domingo, ao imitar o português antes de fazer isto

As imagens vão ficar virais ao mesmo tempo que se discute a legalidade do mesmo: estava Suárez dentro da área? A certeza, contudo, é que valeu o hat-trick.

Quando a Ronaldo, o bis confirma, ainda, a tendência recente do capitão da seleção nacional: quando marca, fá-lo por mais de uma vez. Foi assim nas últimas seis ocasiões em que festejou. Nesses seis encontros fez 15 golos. Não admira, portanto, que Zidane tenha soltado um desabafo quando lhe perguntaram pelo seu jogador: «Está do caraças!»

Robert Lewandowski

E já que falamos em golos aos pares, torna-se inevitável dar um salto à Bundesliga e lembrar Lewandowski. O palaco em 2016 ainda não sabe como é marcar um golo sem festejar outro pouco depois. Em cinco jogos este ano já conta com quatro bis. No outro jogo ficou em branco…

Na prática, dos nove golos marcados pelo Bayern Munique em 2016, sete foram de Lewandowski!

Ao todo, já só está a cinco golos da melhor temporada da carreira, em 2012/13, quando marcou 36 ao serviço do Borussia Dortmund.

-Simone Zaza

Sem o estatuto dos goleadores que preencheram as linhas anteriores, mas também com um momento decisivo esta semana. A Juventus arrancou a 16ª vitória consecutiva na Liga italiana e assumiu a liderança. Motivo? Este não foi um triunfo qualquer, pois o adversário era o Nápoles, até então, líder da Serie A.

Um golo apenas, num duelo muito atado, foi suficiente para colocar os campeões na frente da Liga, depois de um atípico arranque que parecia comprometer as hipóteses de renovar as faixas de campeão.

O herói foi, então, Simone Zaza, avançado contratado ao Sassuolo, que tinha entrado pouco antes da hora de jogo para o lugar de Morata e, a dois minutos do fim, fez explodir o San Siro.

-Imbula e Djuricic

Dois antigos jogadores de FC Porto e Benfica em grande nas novas aventuras que iniciaram em janeiro.

Em Inglaterra, Imbula marcou ao segundo jogo o primeiro golo com a camisola do Stoke City. Em 21 com a camisola portista, distribuídos por todas as competições, nem um para amostra…

E o golo foi bem interessante, num remate quase sem preparação, de fora da área, ao ângulo, abrindo o caminho para a vitória por 3-1 sobre o Bournemouth.

O caso de Djuricic é diferente. Ao contrário de Imbula, quase não teve oportunidades no Benfica versão 2015/16 mas está a encantar na Bélgica. Pelo menos a imprensa parece convencida: encheu-o de elogios depois da vitória do Anderlecht sobre o Zulte Waregem (3-0).

-André Simões e Hélder Barbosa

Uma incursão pela Grécia para destacar o sotaque português. E, desta feita, não por causa de Marco Silva. Ou melhor, também, mas não pelo motivo do costume.

Depois de 22 jogos sem perder, o Olympiakos sofreu a primeira derrota da época, no dérbi de Atenas com o AEK, onde André Simões e Hélder Barbosa foram titulares.

O jogo foi polémica pois a equipa de Marco Silva terminou com nove e o português não poupou o árbitro.

De qualquer forma, a vantagem é gigante: 16 pontos para o segundo classificado. É o mesmo que dizer que, caso vença os próximos três jogos, o Olympiakos será campeão.

Porém, este domingo, pelo menos, a festa é negra e amarela. Com sotaque luso.

-Trifon Ivanov

Figura mítica da super-Bulgária dos anos 90, quarta classificada no EUA 94, Trifon Ivanov faleceu este sábado.

O central era um dos mais carismáticos membros da equipa que incluía Stoichkov, Letchkov ou os «portugueses» Balakov, Iordanov, Kostadinov ou Borislav Mihaylov.

Ivanov foi sempre mais recordado pela figura peculiar que lhe valeu a alcunha de «lobisomem» do que pelo talento, embora tenha sido um central competente e um dos esteios da seleção búlgara que marcou presença com brilhantismo no Mundial dos EUA, mas também no Euro 96 e Mundial de França, em 98.

Não resistiu a um segundo ataque cardíaco e partiu aos 50 anos. Descanse em paz.