-Zinedine Z10ane

Não houve erro de digitação no destaque. Trata-se, apenas, de uma homenagem ao 10 que Zidane foi e, acima de tudo, ao 10 que já conseguiu desde que assumiu o comando técnico do Real Madrid. Em dois jogos, dez golos. Equipa reabilitada? Isso são contas para analisar quando a oposição for mais severa, porque, é preciso dizer, tanto o Deportivo como o Sp. Gijón foram macios no Santiago Bernabéu. Indiferentes, os «blancos» marcharam triunfantes. Alegres, como há algum tempo não se via. E destroçaram: 5-0 ao Deportivo, 5-1, este domingo, ao Sporting. Foi uma entrada em grande para o francês que ajudou a equilibrar a equipa após a saída de Rafa Benítez. Não deixa de ser curioso que, mesmo sendo um 10 puro, no Real Madrid Zidane vestiu a camisola 5, número que o persegue na estreia como treinador.

Vem, agora, no primeiro jogo fora, frente ao Betis, a necessidade de chegar ao terceiro triunfo consecutivo, algo que escapa desde 12 de dezembro no final da campanha para a Liga dos Campeões.
 
Do jogo do Bernabéu há ainda a salientar o regresso aos golos de Cristiano Ronaldo, que bisou, depois de dois jogos em branco. Aliás, ter marcado por duas vezes reforça uma tendência recente do avançado luso: sempre que marca, fá-lo por mais de uma vez. Foi assim nos últimos quatro jogos em que fez o gosto ao pé. E já soma 16 golos na Liga espanhola, ficando mais perto dos números habituais.

Ainda em Espanha, é impossível não destacar a outra goleada da jornada: o Barcelona despachou o Atletico Bilbao por 6-0. Suarez fez um hat-trick.

-Gonzalo Higuaín



De um goleador do Real Madrid, passamos para um ex-goleador do Real Madrid. Melhor dizendo, um goleador ex-Real Madrid, porque o que Higuaín tem mostrado é tudo menos de alguém que se divorciou das balizas. Este sábado, o Nápoles reforçou a liderança da Série A em Itália, aumentando para quatro os pontos de vantagem para o Inter de Milão (o mais direto perseguidor é a Juventus, agora), depois de bater o Sassuolo por 3-1
. E o argentino também reforçou a liderança da lista de melhores marcadores europeus. Apresentando uma séria candidatura à Bota de Ouro, Higuaín fez mais dois golos no triunfo napolitano e chegou aos 20, deixando para trás os seguidores mais diretos: Jonas, do Benfica, e Aubameyang, do Borussia Dortmund, ambos com 18 golos. E ambos em branco esta semana, embora por motivos diferentes: Jonas jogou e não marcou no Estoril
; Aubameyang está sem jogar devido à paragem de Inverno no campeonato alemão.

-Wayne Rooney


E de avançado em avançado chegamos a Rooney, mais um em excelente momento de forma. E vão cinco golos nos últimos quatro jogos, quase metade dos 12 que tem em toda a época. Este domingo, num jogo de extrema eficácia, deu a vitória ao Manchester United
no grande Clássico inglês frente ao Liverpool. Com o acréscimo de o jogo ter decorrido em pleno Anfield Road. O feito de Rooney ganha ainda mais eco quando se sublinha que, antes desta série goleadora, tinha feito apenas um nos 11 jogos anteriores! Quanto aos efeitos práticos para a equipa, o United sobe ao quinto lugar da Premier League
por troca com o West Ham, derrotado em Newcastle. Vai em quatro jogos sem perder, embora só tenha ganho dois nesse período.
 

-John Terry



Está farto de avançados? Recuemos, então, à defesa, mas não deixemos os golos de parte. Falemos, enfim, de John Terry. Herói improvável, herói (quase) acidental. Vá, herói talvez seja palavra exagerada para quem garantiu ao Chelsea um ponto, em casa, frente ao Everton. Mas numa altura em que os «blues» mendigam pelo improvável 14º lugar da Premier League, é sempre um feito digno de registo. Perde é peso quando se entende todo o contexto: mesmo valendo um ponto, mesmo chegando no último suspiro e mesmo sendo marcado por um defesa central, autêntica lenda do clube em atividade, o golo não deixa de ser…irregular. Em fora de jogo. O próprio Guus Hiddink, substituto de Mourinho à frente do campeão (pois é!) Chelsea, admitiu-o no final do encontro. Valeu um ponto e roubou dois ao Everton que festejara já em cima dos 90 o golo de Funes Mori (não esse, outro) que parecia afundar ainda mais os londrinos. Valeu Terry.

-Alex Sandro

De Inglaterra, regressamos a Itália, com toque de samba (e porque não fado?) pelo meio. Itália da Juventus, campeã em título, protagonista de um início de campeonato desastroso mas em franca recuperação. Este domingo foram 4-0 no campo da Udinese e o líder Nápoles mantém-se a dois pontos, com a diferença que agora não há o Inter pelo meio. Mas tínhamos prometido samba e fado, não era? É verdade que Paulo Dybala foi a grande figura do encontro, com dois golos, mas, por cá, não poderíamos deixar de destacar Alex Sandro, o ex-portista, que fez o primeiro golo da época. O homem que, então, mistura a alegria do seu país natal com o sentimento daquele que o acolheu por uns anos, fechou a contagem no duelo com o 4-0 final. Não bastava ter sido o primeiro, ainda foi um golaço e…com o pé direito.
 
-João Moutinho



E a viagem pelo futebol internacional este fim de semana termina em França, mas a falar bem português. É difícil que assim não seja quando o tema é o Mónaco de Leonardo Jardim e, este domingo, com quatro portugueses em campo, frente ao Lorient que ainda acrescentou Raphael Guerreiro à soma. Jogaram, então, João Moutinho, Fábio Coentrão e mais os suplentes Bernardo Silva e Hélder Costa. Mas foi o antigo médio de Sporting e FC Porto a brilhar: golo e assistência no triunfo por 2-0. Figura principal, pois claro. Primeiro assistiu o francês Lemar e, quatro minutos mais tarde, foi ele mesmo a marcar e a confirmar o triunfo. Foi o primeiro golo da época para Moutinho. Ele que nunca se destacou, é certo, pelos golos que marca, mas, ainda assim, está longe dos cinco da época passada.