O clube inglês Oldham já não vai contratar Ched Evans, que cumpriu pena por violação. A decisão é justificada com ameaças feitas a membros do clube e às suas famílias.


Um administrador do Oldham disse à BBC Sports que um familiar de um membro do clube foi ameaçado de violação, caso o negócio seguisse em frente. Além disso, o membro da administração fala em «grande pressão por parte dos patrocinadores».


Ched Evans já reagiu à decisão, através de um comunicado emitido pela Associação de Jogadores Profissionais de Inglaterra (PFA). O jogador agradece o apoio da associação na tentativa de regresso ao futebol, pede desculpa «pelos efeitos que aquela noite» causou à vítima e reafirma a sua inocência. Acrescenta que tem estado em silêncio devido a exigências legais, uma vez que ainda está a ser analisado um recurso interposto à condenação.


Esta quarta-feira o dono do Oldham, Simon Corney, disse que havia «80 por cento de probabilidade» de contratar o internacional galês. Mas depois de dias intensos de especulação o clube desistiu das negociações.


O chefe da polícia de Manchester já confirmou que vai ser iniciada uma investigação sobre as ameaças aos membros do clube e às suas famílias.


O presidente da Câmara de Oldham, Jim McMahon, disse à BBC que «este episódio dividiu a cidade e a opinião pública»: mais de 60 mil pessoas assinaram um petição a exigir que o Oldham não assinasse com Evans, enquanto ativistas e políticos pediam a contratação.


Depois de dada como provável a contratação de Evans, um dos patrocinadores confirmou que deixaria de apoiar o clube e outro ameaçou deixar de apoiar assim que o contrato fosse assinado.


É a segunda vez que um clube abandona as tentativas para assinar com Evans. Antes do Oldham foi o Sheffield, onde jogava o avançado quando foi preso. Já nessa altura mais de 160 mil pessoas assinaram uma petição contra o regresso do galês.


Ched Evans, de 26 anos, foi condenado em 2012 a cinco anos de prisão pela violação de uma jovem de 19 anos num quarto de hotel, em 2011. Foi libertado em outubro, depois de cumprir metade da pena de prisão, mas ainda não conseguiu regressar à atividade.