Consideradas chocantes ou apenas mais um «fait-diver», a verdade é que as fotografias do príncipe Harry nu numa festa privada em Las Vegas invadiram a Internet, jornais e televisões de todo o mundo. Dias depois, especialistas em segurança questionam os métodos da Scotland Yard e consideram que deveria ter ido mais longe para garantir a privacidade do filho de Carlos e Diana, o terceiro na linha de sucessão ao trono de Inglaterra.

Embora não sendo públicos, os especialistas citados pela AP apontam para gastos entre os 48 milhões e os 159 milhões de dólares (cerca de 38 milhões e pouco mais que 127 milhões de euros) que, todos os anos, a realeza despende para garantir a sua segurança.

Um preço demasiado alto que deveria manter a barreira da privacidade bem mais elevada, de acordo com Dai Davies, ex-chefe da equipa de proteção da realeza britânica. Para Davies, os guarda-costas deviam apertar as atenções para com o príncipe Harry, ao mesmo tempo que o próprio Harry deveria evitar riscos desnecessários.

«Ele é um homem simples, mas tem de haver aqui um grau de responsabilidade e de cautela», disse Davies, citado pela AP. «Certamente, temos de aprender com esta história. A imprensa ama este tipo de coisas».

Uma imprensa que, segundo Davies, não olha a meios para obter a melhor história exclusiva. Já o tabloide inglês «The Sun» justificou a publicação das imagens, nesta sexta-feira, com «interesse público». Isto depois do aviso dos advogados da família real lançado a toda a imprensa.

O que o príncipe Harry fez, exatamente, naquele fim-de-semana em Las Vegas continua uma incógnita. O site de mexericos TMZ, que publicou as fotos na terça-feira, afirma que o irmão mais novo de William estava a jogar «strip poker», depois de uma corrida de natação com o desportista olímpico Ryan Lochte.

As imagens de má qualidade mostram Harry com uma mulher, não identificada, ambos nus e de costas para a camera e sugerem que terão sido tiradas com um smartphone, levando os especialistas em segurança a rematar - os guarda-costas da realeza poderiam ter confiscado todos os telemóveis.

Em defesa da Scotland Yard, o seu diretor Bernard Hogan-Howe afirmou que os policias estão nos locais para preteger o príncipe, não para «controlar a sua vida».