Consciente de que está a cumprir os últimos anos como futebolista, Lionel Messi falou das primeiras recordações que tem com a bola nos pés, quando ainda era muito novo, na Argentina.

«Pelo que dizem, desde muito novo sempre fui diferente. As pessoas iam ver-me, mas eu não percebia. Comecei a entender isso à medida que fui crescendo», começou por dizer o avançado do Inter Miami, numa entrevista à Clank.

«Eu tinha três ou quatro anos e não sabia do Mundial e de todos os títulos que existiam. Simplesmente jogava porque adorava a bola e divertia-me ao passar tempo com ela. Andava a toda a hora a chutar uma bola e a procurar alguém para jogar. Nasci com isso. Adorei o futebol, como a maioria dos argentinos, desde muito novo. Sempre foi a minha forma de ver, além das minhas responsabilidades e dos objetivos que traçava quando era mais profissional. Sempre procurei divertir-me, como fiz desde o primeiro dia», acrescentou.

Apesar de reconhecer a evolução que teve, sobretudo em Barcelona, onde absorveu muitos conceitos táticos, Messi considera que nasceu com um dom. «Tenho muita certeza de que nasci assim porque Deus me escolheu, foi um presente que ele me deu. Tentei aproveitar, fiz o possível para tirar o máximo proveito. A verdade é que fiz bem muitas coisas, mas não fiz nada para ser o jogador que já era em pequeno.»

O internacional argentino recordou o trabalho com Pep Guardiola e a forma como o treinador catalão influenciou as gerações futuras.

«A era de Guardiola confundiu um pouco. Toda a gente quis copiar ou jogar da maneira daquele Barcelona. Às crianças de 6 ou 7 anos ensinam que joguem a dois toques, que têm de jogar rápido e não podem ter a bola no pé muito tempo. Nessa idade, tem de acontecer o que aconteceu comigo. Cada um é como é, quanto mais depressa entender o jogo, a movimentar-se e a jogar rápido, melhor. Mas não podes tirar a espontaneidade de cada um. O jogador sul-americano sempre foi diferente e teve muito mais isso do que o europeu, mas a verdade é que cada vez se vê menos isso», observou.

Agora com 37 anos, Messi diz que se diverte «como aquele menino» que nasceu em Rosario. «Sei que falta cada vez menos, que faltam menos anos por causa da idade, mas procuro aproveitar o futebol em campo e também os momentos que vivo todos os dias.»

Para ter uma vida em cheio, contudo, ainda falta uma fotografia com Michael Jordan.

«A nível desportivo, parece-me o maior que existe. Depois de ter visto a série [The Last Dance] e de ter conhecido…. É impressionante. Deixou-me muito mais perto de saber o que ele era. Também não entendo muito de basquetebol, nem sou um grande fã, mas ele era algo diferente em todos os desportos, não só no basquetebol», frisou.

«Já me pediram tantas fotografias, porque não posso tirar uma com ele? Seria lindo», finalizou.