Pedro Caixinha levou o Santos Laguna à conquista do título mexicano, campeonato que está a ganhar amplitude e que já consegue, inclusivamente, cativar alguns nomes consagrados como Ronaldinho Gaúcho e André-Pierre Gignac.

De regresso a Portugal para um curto período de férias, o técnico falou sobre a sua experiência e mostrou-se completamente convertido à realidade do futebol mexicano.

«Tem sido uma experiência fantástica, que já vai em dois anos e meio, num futebol que não é fácil. Nos últimos sete meses conseguimos coroar o nosso trabalho com a conquista do campeonato, renovámos por mais um ano e por ali vamos seguir», garantiu o antigo treinador do Nacional da Madeira no final da cerimónia de apresentação da pós-graduação em treino de futebol de alto rendimento da Faculdade de Motricidade Humana.

Com uma carreira praticamente toda feita na Europa, com exceção de duas passagens pela Arábia Saudita, Caixinha apostou numa experiência fora do circuito regular e está, agora, completamente ambientado às especificidades do futebol da América Central.

«A Liga Mexicana tem uma organização diferente. Não é um torneio largo, consiste em duas fases curtas chamadas Abertura e Clausura. São 17 jornadas regulares e os primeiros oito são qualificados para o play-off. Depois há uma fase eliminar e a única vantagem é que os primeiros quatro acabam sempre em casa», começou por explicar, salientando o equilíbrio dos jogos.

«O ambiente competitivo é fantástico. Neste torneio entrámos no play-off em oitavo, o primeiro foi o Tigres e a diferença pontual foram de quatro pontos. Para o terceiro lugar tínhamos apenas um ponto e um golo de diferença. Conseguimos fazer entre 50 e 56 jogos por temporada, valor que fica distante do que fazem a maioria das equipas portuguesas», referiu.

De resto, Pedro Caixinha acredita que o México será, num futuro próximo, um destino apetecível para treinadores e jogadores, até porque existe capacidade financeira para investir em matéria-prima.

«É um campeonato que, a par dos Estados Unidos, será muito interessante nos próximos quatro/cinco anos para treinadores e jogadores. Há muitos jogadores que utilizam o mercado mexicano como trampolim, sobretudo colombianos e costa-riquenhos. Do ponto de vista financeiro é muito atrativo, veja-se por exemplo que o Gignac, último reforço do Tigres, vai ganhar qualquer coisa como 4,2 milhões de euros por ano. Em termos de infraestruturas e organização de competições é muito interessante», conta.

Pedro Caixinha garantiu ainda que não tenciona levar «nenhum jogador do futebol português para o México», anunciando reuniões em Espanha tendo vista à contratação de «um jogador chileno e outro espanhol».