Há semanas em que escasseiam os motivos que servem de base, se me permitem, ao desfilar de algumas ideias. No presente, porém, há pano para mangas. Mas tendo em conta o plano temporal dizer que Lisboa está em festa pelos triunfos de Sporting, na Taça de Portugal, e de Benfica, na Taça da Liga, 10.º título encarnado sob a égide de Jorge Jesus, acaba por ser redundante.

O mesmo se passa, até prova em contrário, com a situação referente aos treinadores de ambos os clubes. No que diz respeito a Marco Silva, mantenho a opinião aqui emitida há bastante tempo - de que tem os dias, incompreensivelmente, contados em Alvalade. Parece-me, no entanto, abaixo de tudo aquilo que deve ser razoável o que se tem contado do treinador para justificar o seu afastamento, com a certeza de que o futuro lhe pertence e que ainda haveremos de ouvir falar muito dele.

No que se refere a JJ estou com muita gente: cheio de dúvidas. Já achei que ficava no Benfica, agora parece-me que o seu futuro será fora da Luz, quem sabe, até, na mesma 2.ª Circular mas de verde vestido.

Também podia referir-me ao que se passa na FIFA, eu que tive o privilégio de acompanhar o congresso em que foi pela primeira vez eleito Joseph Blatter. Nessa reunião a FPF votou (se calhar bem) no outro candidato, Lennart Johansson, para depois se dar muito bem com aquele que terá de prestar contas à Justiça. É impossível isso não acontecer: ninguém acredita que Sepp não sabia de nada! E como as broncas foram tantas, tantas pediu a demissão, mas só lhe ficava bem não ter chegado aí. Um homem de bem tinha anulado o recente ato eleitoral. Resta saber é o que acontecerá dentro de seis meses: se Blatter estará a passar pelo mesmo que outros ex-dirigentes e se Michel Platini, como se admite, avança para o cargo.

Prefiro, assim sendo, falar de outras vitórias: as de Pedro Caixinha, novo campeão do México, e a de Miguel Oliveira, no Mundial de Moto3. Tenho do treinador a melhor das impressões. Acompanho, à distância, o seu trabalho e já tinha ficado surpreendido, não com a vitória na Taça, mas com o percurso na Taça Libertadores. Caixinha tem pinta, trabalho e categoria. E acredito, sim, que pode perfeitamente ser nome reconhecido no futebol europeu, que para os puristas é o que mais conta.

Desde há muito que acompanho as acelerações de Miguel Oliveira, por culpa da minha querida amiga Edite Dias. Sei que as corridas de MotoGP são semelhantes nas motos às de Fórmula1, mas só me interessa o que faz o miúdo de Almada. Obviamente, domingo vibrei muito com a sua vitória em Itália, mas fico à espera de mais. E de um dia o poder ver campeão mundial, como lhe disse nos corredores da Travessa da Queimada. É que são vitórias como esta que alimentam o ego de quem adora Desporto. Mesmo a motor.

PS: não faço ideia em que lugar ficará a Seleção de sub-20, mas depois do que vi fazer a esta equipa nos dois jogos já realizados é de esperar tudo. Parabéns, pois, a Hélio Sousa e ao seu grupo, formado por rapazes que merecem ter espaço no futebol profissional. Que os dirigentes dos seus clubes ponham os olhos neles e não se virem, como é hábito, para os habituais pernas de pau que chegam ao paraíso no início de cada época.