Femi Opabunmi começou cedo a jogar entre os melhores, mas acabou a carreira de forma forçada nem meia dúzia de anos depois. Esteve no Mundial de Sub-17 em 2001, foi o segundo melhor marcador da competição, e no ano seguinte representou a Nigéria na prova mais importante de seleções principais. Tudo um sonho, que terminou cedo demais.

A história é triste, contada na primeira pessoa e com um alerta a todos os jogadores: «Ninguém sabe o dia de amanhã. Podemos achar que vamos jogar durante muito tempo, mas pode acontecer alguma coisa que nos encurtará a carreira.»

Foi o que aconteceu três/quatro anos depois de o nigeriano se ter estreado no Mundial 2002 com apenas 17 anos frente a David Beckman, Michael Owen ou Paul Scholes. Femi Opabunmi acordou um dia sem conseguir ver de um olho, foi ao médico e descobriu um glaucoma.

O ex-jogador foi operado, mas não ficou curado e teve de terminar a carreira. «Desistir do futebol é algo muito doloroso, às vezes dá vontade até de nos matarmos. Pensa-se muito, especialmente quando os amigos ainda jogam e chora-se ao vê-los jogar. Sentimo-nos mal, por isso seja qual for a situação há que ser forte», contou numa entrevista à BBC Sport.

«Só consigo ver do olho esquerdo, não consigo ver nada com o direito, mas agradeço a Deus ainda conseguir ver pelo menos de um olho», disse.

O ex-avançado, agora com 33 anos, jogou no país Natal, na Suíça, em Israel e em França, ganhou «muito dinheiro», como o próprio revelou, contando também que o tem gasto com o problema ocular que lhe foi diagnosticado e que o afastou dos relvados.

Por isso, Femi Opabunmi deixou mais um conselho aos restantes jogadores: «Devem sempre pensar no amanhã, devem investir e ter a minha história como exemplo para aprenderem.»