Um tribunal de Cartum condenou hoje a professora britânica Gillian Gibbons a 15 dias de prisão e à expulsão do país por ter insultado o islão, anunciou a sua advogada na capital do Sudão.

«Gillian Gibbons foi condenada a 15 dias de prisão a partir do dia da sua detenção e a ser expulsa do país a seguir», disse aos jornalistas a advogada Kamal Jazouli.

Gibbons foi acusada de ter deixado os seus alunos de 6 e 7 anos de uma escola de Cartum de dar o nome de Maomé a um urso de peluche, apesar de ser proibida qualquer representação do profeta.

De acordo com o Código Penal do Sudão, a professora britânica incorria numa pena de prisão até seis anos, cumulativa com 40 chicotadas e uma multa em dinheiro.

Gibbons foi detida domingo passado, na sequência de queixas apresentadas pelos pais das crianças, que se indignaram por a professora ter permitido que os alunos dessem o nome do profeta Maomé ao urso de peluche.

A professora britânica, de 50 anos, natural de Liverpool, leccionava na Unity High School, um estabelecimento de ensino privado fundado em 1902, que entretanto foi encerrado por ordem das autoridades sudanesas.

Na terça-feira, esta escola secundária teve de publicar na imprensa um pedido público de desculpas.

O caso levou o governo britânico a convocar o embaixador do Sudão em Londres para pedir explicações.

Já depois de ter sido conhecida a sentença de hoje, o secretário dos Negócios Estrangeiros britânico, David Miliband, voltou a convocar o embaixador sudanês para explicar a decisão do tribunal de Cartum.

«Estamos extremamente desapontados com a sentença e o secretário dos Negócios Estrangeiros convocou o embaixador sudanês para explicar o que aconteceu», disse uma porta-voz do Foreign Office, que pediu para não ser identificada.