Os irlandeses rejeitaram o Tratado de Lisboa em referendo. Leia as reacções que surgem de toda os pontos da União Europeia.

A derrota do «Porreiro, pá!» ou o sinal de uma nova crise

Luxemburgo

O primeiro-ministro, Jean-Claude Juncker, afirmou que o Tratado não vai poder entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2009, como previsto, devido à vitória do «não». Juncker, que também preside ao conselho de ministros das finanças da zona euro, afirmou ainda que «lamenta profundamente» o resultado do referendo irlandês na medida em que a rejeição do Tratado impede que a integração europeia avance, informa a agência Lusa.

Itália

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Franco Frattini, disse que o «não» constitui um «golpe grave» na construção europeia, mas considera que esta não deve parar, refere a agência Ansa: «Trata-se de um golpe grave na construção europeia que deixa a partir de agora de permitir a adopção de decisões essenciais sobre segurança, imigração, política energética ou protecção do ambiente», declarou o antigo vice-presidente da Comissão Europeia citado pela agência Ansa.

França e Alemanha

A França e a Alemanha «lamentam» a vitória do «não» no referendo irlandês ao Tratado de Lisboa e «esperam» que o processo de ratificação do documento prossiga, segundo uma declaração conjunta divulgada pelo Palácio do Eliseu, em Paris, citado pela agência Lusa:

«Tomámos conhecimento da decisão democrática dos cidadãos irlandeses com todo o respeito que lhes é devido, apesar de a lamentarmos. O primeiro-ministro irlandês informou-nos hoje mesmo do resultado do referendo e fará a sua análise das razões dessa votação no Conselho Europeu de 19 e 20 de Junho. Caberá ao Conselho Europeu tirar as desejáveis conclusões. O Tratado de Lisboa foi assinado pelos Chefes de Estado ou de governo dos 27 Estados membros e o processo de ratificação foi já concluído por 18 países. Esperamos por isso que os outros Estados membros prossigam o processo de ratificação».

Paulo Portas

O líder do CDS/PP defendeu que primeiro há que respeitar a vitória do «não» ao Tratado de Lisboa no referendo da Irlanda e depois abrir «uma negociação de alterações ou de excepções». Em declarações aos jornalistas em Tondela, Paulo Portas frisou a necessidade de haver «respeito e não começar uma diabolização da Irlanda» pelos resultados do referendo.