Depois do treinador do Lokomotiv Moscovo, Markus Gisdol, ter deixado o cargo devido à invasão da Rússia à Ucrânia, Andriy Voronin seguiu-lhe o exemplo. O treinador adjunto de Sandro Schwarz no Dínamo Moscovo, que mereceu cânticos dos adeptos da sua equipa no passado sábado, assumiu não ter condições para continuar a trabalhar e viver na capital russa. 

«Não vejo ninguém hipótese de continuar num país cujo exército destrói as nossas cidades e dispara contra civis. Deixei Moscovo antes que a cidade fique bloqueada. Não pudemos aterrar em Dusseldorf, então fomos para Amesterdão. O meu pai, a minha sogra, a minha esposa e filhos já estão lá», referiu o antigo internacional ucraniano em declarações reproduzidas pelo AS.

Voronin, que terminou a ligação ao emblema moscovita esta terça-feira de manhã, admitiu que passou «verdadeiramente mal os últimos dias», manifestou vontade de ajudar o seu povo e insultou Vladimir Putin, presidente da Rússia.

«Passei verdadeiramente mal os últimos dias quando vi as notícias sobre o meu país. Parecia um filme de terror. Faltam-me as palavras», disse.

«Putin? Talvez só queira estar nos livros da história, mas nunca estará... quanto muito estará como um criminoso. Detenham esse filho da p*** e ajudem os refugiados. Enviem armas para que a Ucrânia se possa defender. Estou muito orgulhoso do meu país. Temos cidades lindas e grandes pessoas. Continuaremos a lutar e vamos ganhar, mas o preço será muito alto. Há tantos mortos... Vivemos em 2022 e não na Segunda Guerra Mundial. Tenho amigos em Járkov, Kiev e em Odessa, a minha cidade natal. Recebo mensagens a cada cinco minutos, é difícil suportar [isto]. Só quero ajudar com dinheiro ou com o que seja. Não sei se deveria dizer isto, mas se estivesse na Ucrânia neste momento, provavelmente tinha uma arma na mão», concluiu.