Emmanuel Adebayor, jogador atualmente no CAN, na seleção do Togo, conta com passagens por vários clubes da Liga Inglesa nos últimos anos. «Descoberto» pelo Arsenal, foi ídolo dos adeptos daquele clube, até se mudar para o Manchester City.
Saiu de Manchester para jogar por um breve período no Real Madrid, regressou a Inglaterra para representar o Tottenham e depois o Crystal Palace, clube que deixou em junho. Atualmente sem clube, a estrela do Togo atravessa uma boa fase a nível emocional.
«Para ser sincero, sinto-me ainda melhor do que quando estava no meu melhor nível», diz Adebayor. «Mover-me entre a Europa e África nos últimos seis meses tem-me ajudado imenso. E podem ver como estou aqui – eu rio-me, canto, danço, aproveito a vida. Sou o comediante desta equipa e sou também o sério. Se for a altura de ser sério, eu sou a pessoa que bate na mesa e diz: ‘Isto tem de parar’. Se é preciso alguma coisa para fazer a equipa rir, parte de mim também», revela o jogador de 32 anos.
Adebayor recordou também as ‘peladinhas’ que costumava organizar juntamente com amigos e antigos colegas de equipa da seleção, e revelou o que lhe costumavam dizer quando os outros jogadores percebiam que estavam em campo com ele.
«As pessoas diziam-me: ‘Eu não acredito que estás a jogar aqui, és demasiado importante para isto’, e eu perguntava-lhes porquê. Eu nunca serei demasiado importante para nada. Eu nasci numa casa sem luz e sem casa de banho, portanto por que haveria de esquecer quem sou e de onde venho? É onde eu comecei – por que haveria de estar triste por jogar ali?», lembra o avançado togolês.
A imagem de Adebayor em Inglaterra, na opinião do jogador, não é a melhor, e nem ele consegue perceber o porquê.
«Tenho má reputação em Inglaterra e não sei porquê», desabafa. «Talvez seja algo que me tem seguido. Mas uma coisa que digo sempre é que 90% das pessoas com quem joguei dizem-me que sou um rapaz espetacular, um grande colega de equipa. Outras pessoas, aqueles que trabalham nas portas de cada estádio, vão dizer-te que sou um rapaz humilde e uma boa pessoa. Mas a imprensa diz o que quer, e na minha carreira fui desafortunado o suficiente para ter muita negatividade», concluiu o avançado do Togo.
A sua passagem pelo Arsenal, clube onde marcou 30 golos na temporada 2007/2008, é ainda recordada com carinho. Admite que nunca mais encontrou um sítio que o deixasse tão confortável.
«No Arsenal eu cheguei a uma altura em que tudo o que eu fazia tornava-se em golos», recorda. «Todos temos isso – aquele ano, dois ou três em que estás mesmo no ‘top’. Devíamos ter vencido naquele ano, mas faltou alguma experiência e a equipa era algo jovem», admitiu o antigo jogador dos «gunners».
Sobre o Arsenal deste ano, e em comparação com o Chelsea, Adebayor admite que falta alguma profundidade no plantel: «O Arsenal tem uma boa equipa mas se o Sánchez se lesiona eu não sei quem é que eles têm. Se olhar para o Chelsea, quando o Hazard se lesiona têm o Willian; se o Willian se lesiona podem colocar o Moses mais à frente. O problema do Arsenal é que hoje em dia é só o Ozil e Sánchez. Se um deles se lesiona, é um problema.»
Togo enfrenta Marrocos esta sexta-feira, jogo referente à 2ª jornada do grupo C do CAN, mas Adebayor lembra que é preciso ter calma: «Temos grandes hipóteses mas não podemos perder a cabeça.» «Às quatro da tarde de segunda-feira as pessoas diziam que íamos perder 5-0 com a Costa do Marfim. Às sete da tarde diziam que íamos ser campeões», relata o avançado de 32 anos.
Emmanuel Adebayor, atualmente a disputar o CAN ao serviço do Togo, continua sem clube, após passagem pelo Crystal Palace na temporada passada.