O treinador português do Shakhtar Donetsk, Luís Castro, afirmou este domingo que os técnicos e os jogadores «nunca» serão «capazes» de acostumarem-se ao jogar em estádios sem público. A ideia foi expressa após a derrota ante o Zorya, por 1-0, em jogo da primeira jornada da fase de campeão na Ucrânia, em alusão à situação que o futebol também vive, fruto da pandemia da covid-19.

«Estádios sem adeptos são estádios sem alma. É como se estivéssemos num teatro, onde os atores atuam num salão vazio. É melhor cobrir o teatro por algum tempo, do que experimentar essa situação. Nunca vou acostumar-me, porque o futebol é um jogo de emoções. Não senti emoção na quinta-feira [ndr: na Alemanha, na vitória ante o Wolfsburgo, para a Liga Europa], nem hoje [domingo]. Os adeptos são importantes», defendeu, em declarações reproduzidas pelo clube.

Ao expressar o seu ponto de vista, Luís Castro atirou, naturalmente, a decisão de uma eventual paragem no campeonato para a Liga Ucraniana de Futebol (UPL), mas frisou que «o futebol não é um mundo separado do resto».

«Se houver algum risco de ir a um museu, teatro ou cinema, então ir ao futebol também é um pouco perigoso. A maioria dos campeonatos europeus fez uma pausa. Eu acho que na reunião da UEFA, na terça-feira, daremos os conselhos certos para parar todos os campeonatos», afirmou, antes de lembrar a situação em Portugal.

«No meu país, em Portugal, há dez dias, havia dois ou três casos. Ou seja, o vírus espalha-se rapidamente e é preciso levar isso a sério. Todos estamos a ver o que está a acontecer em Espanha, Itália, como começou na China. Se nada fizermos, pode ser perigoso. Graças a Deus, estamos num lugar bastante privilegiado. Na Ucrânia, oficialmente, agora, existem apenas três casos de infeção por coronavírus. Devemos tomar medidas para que não seja tarde demais», afirmou o português.

Dos três casos por covid-19 na Ucrânia, há dois ativos e já registada uma morte.