A basquetebolista norte-americana, Brittney Griner, vai lançar um livro chamado «Coming Home» acerca do período que esteve detida na Rússia por posse de droga. Antes de o livro estar disponível, a jogadora das Phoenix Mercury relatou o que viveu enquanto esteve presa.

«A minha mulher é que costumava fazer as malas, mas desta vez fui eu quem as fez. E não me lembrei de tirar da mala o óleo de canábis, que no Arizona é legal e na Rússia é proibido. Eu sabia que era proibido, foi um esquecimento», justificou no programa «Good Morning America», do canal ABC.

«Algumas vez se esqueceram das chaves no carro ou nos óculos quando estão na tua cabeça? É tão fácil ter um lapso mental. O meu lapso mental foi de grande escala, mas pode acontecer», defendeu ainda.

A atleta da WNBA acabou por ir para um estabelecimento prisional que tinha condições horríveis.

«O colchão tinha uma enorme mancha de sangue, davam dois lençóis muito finos, praticamente dormia em cima de barras. Tinha aranhas por cima, a fazerem ninho... Os meus pés ficavam entre grades, no fundo da cama, e na prisão não queres que isso aconteça porque alguém pode agarrá-los e torcê-los ou parti-los. Era isso que me passava pela cabeça», relatou.

Brittney Griner partilhou ainda que lhe foi dado um rolo de papel higiénico que «deveria durar um mês».

«Não recebemos papel higiénico durante dois ou três meses. Deram-nos pasta dos dentes que tinha expirado há 15 anos. Usávamos para limpar o bolor das paredes», contou.

Após ter sido condenada a nove anos de prisão, a basquetebolista foi transferida para uma das piores prisões da Rússia, a IK-2.

«Era muito frio. É um trabalho de campos forçados. Não há descanso», disse, tendo tratado de tecido para uniformes militares durante a estadia na prisão.

Outrora conhecida pelas rastas, Brittney Griner explicou o motivo para as ter cortado. «Honestamente, teve de ser. Tinha aranhas por cima da minha cama a fazerem ninhos. Teve ser. Tinha aranhas a fazerem ninhos por cima da minha cama. As pontas dos 'dreadlocks' congelavam e estava sempre molhadas, estava sempre com frio e doente. Fiz o que tinha de fazer para sobreviver», esclareceu.

A Rússia libertou Brittney Griner em troca por traficante de armas, Viktor Bout, em dezembro de 2022 e voltou às Phoenix Mercury.