Para quem vira o jogo era óbvio que a Académica tinha tido muito infortúnio. A primeira pergunta feita a João Carlos Pereira dirigiu-se precisamente nesse sentido. «A sorte e o azar fazem parte do jogo», referiu. «Quando uma equipa tem duas oportunidades que é só empurrar para golo, quando falha uma grande penalidade, quando tem duas bolas nos postes, não é só imperícia, é também muito azar».
Numa análise mais detalhada, o treinador explicou como viu o jogo: «A Académica voltou a entrar a perder e isso condicionou a equipa. A construção do jogo ficou debilitada, o adversário trocou bem a bola e criou perigo. Tivemos de ajustar-nos e a partir daí fomos melhores. A nossa segunda parte é muito, muito boa». A derrota é injusta?, perguntou-se-lhe. «Não é só injusta. É muito injusta. É muito injusta», repetiu.
A verdade é que a Académica perdera e está cada vez mais afundada na tabela. O que deixa a perceber uma equipa desorientada. «Se me estão a ver desorientado, estão muito enganados», respondeu o treinador da Briosa. «Saí do balneário muito mais confiante do que estava antes. Temos homens e o azar vai ter de nos abandonar. Quem trabalha como nós merece ter sorte».
Antes de sair da sala de imprensa, o treinador falou ainda do futuro dele à frente da equipa. «Já fui despedido antes do Gil Vicente, fui despedido depois de ganhar ao Gil Vicente e continuo a ser despedido todos os dias. Quando for realmente despedido vocês serão os primeiros a ser informados». Mas sente-se pressionado? «Se não aguentasse a pressão dedicava-me às damas ou ao xadrez», terminou.