Os primeiros passos mais a sério no FC Porto, a saída para o Benfica quando era juvenil, o presente e a projeção do futuro. João Félix falou sobre tudo isso em entrevista ao The Players Tribune, plataforma online que dá a conhecer o lado mais intimista de jogadores, a maioria deles mundialmente conhecidos.

«Com dez anos acabei por ir para o FC Porto. Ia e vinha quase todos os dias para treinar e aos fins de semana para jogar: 120 quilómetros. Depois é que fiquei lá a morar e no primeiro dia em que me deixaram liguei a chorar para que me fossem buscar. O meu pai disse-me: ‘Eu vou-te buscar, mas depois nunca mais te levo’. E eu tive de ficar, pensar para mim que tinha de ficar. Ia custar e custou, mas tinha de ficar. Fez-me abrir os olhos», recordou.

Félix, que esteve nos dragões até à idade de juvenil, confidenciou o que o fez mudar-se para o Benfica. Falou da aposta das águias na formação, das condições de trabalho no Seixal, mas também da paixão pelo futebol puro que foi perdendo ainda na Invicta.

«Isso nem sempre acontecia quando eu estava na formação do FC Porto. Não confiavam em mim no campo. Criticavam-me pelo tamanho. Tiravam-me do campo e tiravam-me a bola. No FC Porto eu perdi a alegria. Em Lisboa reencontrei a alegria», acrescentou.

Félix recordou ainda um dos momentos mais marcantes que viveu desde que nesta temporada chegou à equipa principal do Benfica: o golo apontado ao Sporting nos últimos minutos do dérbi realizado no Estádio da Luz em agosto. «Mal me lembro do que aconteceu a seguir. Lembro-me de se anunciar ao microfone: ‘Golo do número 79, João…’ E depois uma pausa e todo o público a dizer ‘Félix’. Foi o momento mais espectacular da minha vida.»

Titular no Benfica desde que Bruno Lage substituiu Rui Vitória no comando da equipa, o jogador de 19 anos falou sobre o futuro. Para já, a ideia passa por conquistar títulos coletivos. «Isso dá-nos motivação e um jogador de 18 anos ser campeão é muito bom. Lá mais para a frente, se continuar a correr bem, pensar noutros caminhos», rematou.