Não ganhou uma medalha, mas a noite de segunda-feira tornou-se inesquecível para Isadora Cerullo, jogadora brasileira de râguebi.

Após o jogo da final de râguebi sevens entre a Austrália e Nova Zelândia, Marjorie Enya, voluntária nos Jogos Olímpicos resolveu tornar o momento mais especial para a namorada, atleta da seleção do Brasil e pediu-a em casamento, apanhando quase todos de surpresa.

Quase todos porque não se tratou de uma decisão de momento. Marjorie Enya contou com a ajuda de outros voluntários, que surgiram com balões em forma de coração, para abrilhantar o momento do «sim».

O sinal do compromisso foi assinalado com fitas e selado com um beijo, num momento que emocionou os presentes.

«Fui completamente surpreendida. Achei que fosse uma entrevista, não sei como cai. Então ela começou a falar, começou o discurso e eu já sabia o que ia acontecer, fiquei muito feliz», contou ainda emocionada Isadora Cerullo aos jornalistas.

«Aceitei sem pensar duas vezes. A única coisa que eu sei é que eu vou estar do lado dela», garantiu.

A surpresa já estava preparada há algum tempo. «Assim que soube que ela ia integrar a equipa, quis fazer algo especial. Sei que as pessoas do râguebi são extraordinárias e que iam compreender», disse Marjorie Enya à BBC.

«Queria mostrar às pessoas que o amor vence tudo», frisou.

O casal está junto há dois anos. Isadora Cerullo, que nasceu nos EUA e tem dupla nacionalidade, mudou-se com a namorada para o Brasil para integrar a equipa para os Jogos Olímpicos.

Quer voltem a morar nos Estados Unidos, quer continuem no Brasil, o casamento não terá obstáculos legais. O Brasil permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo desde 2013. Nos EUA, desde 2015 que não há nenhum estado onde não possa legalizar-se a união.

Dados recolhidos pelo site Outsports (sobre desporto e LGBT), há nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro pelo menos 45 atletas lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros.