A nadadora norte-americana Lilly King é a nova campeã olímpica dos 100 metros bruços. King venceu a final com o tempo de 1.04,93 e bateu a rival Yulia Efimova, da Rússia, que gastou mais 57 centéstimos.

Recorde-se que a final decorreu debaixo de alguma tensão, depois de a norte-americana ter manifestado desagrado para com um gesto de Efimova após as meias-finais: a nadadora russa ergueu o dedo indicador, num sinal de que se considerava a número um, e Lilly King, que nadou numa outra série e assistiu à prova da adversária num ecrã gigante, retribuiu o gesto.

«Foi apanhada com doping», recordou depois a norte-americana em declarações a uma estação televisiva.

Recorde-se que Yulia Efimova, de 24 anos, teve dois controlos positivos por doping nos últimos três anos. Primeiro, foi afastada da competição durante 16 meses e, mais recentemente, teve novo controlo (por meldonium). A nadadora russa foi suspensa preventivamente e a situação pôs em risco a sua participação nos Jogos do Rio de Janeiro.

«Nem sei como consegui chegar à final. As últimas semanas foram muito difíceis para mim e não me lembro da última vez em que dormi mais do que quatro horas. Não estava na melhor forma», referiu Efimova após a final. A nadadora russa não escondeu alguma desilusão por não ter vencido a prova, mas lembrou as circunstâncias difíceis. «Há uma semana eu nem sabia se podia competir porque sou russa. Estou apenas feliz por estar aqui.»

Refira-se que a nova campeão dos 100 metros bruços não foi a única a atirar-se a Yulia Efimova. Também Jennie Johansson, que foi 9.ª na meia-final e ficou, por isso, a um lugar da final, lançou farpas. «O meu coração e a minha mente vão continuar a nadar na final mesmo que a pista seja ocupada por alguém que não a merece», escreveu a nadadora sueca nas redes sociais.

«Percebo que as pessoas não me deem os parabéns porque a imprensa estava cheia de histórias falsas sobre mim», reagiu Efimova, citada pela agência de notícias russa. «Mas, por outro lado, não percebo os nadadores estrangeiros. Todos os atletas devias estar acima da política, mas veem televisão e acreditam no que leem. Sempre pensei que a guerra fria estava no passado. Porquê começá-la de novo através do desporto?», apontou.