Sete anos depois de ter sido contratado ao Vila Real, Paulo Jorge parece preparar-se para perder a exclusividade na baliza do Gil Vicente. Foram seis épocas de domínio absoluto na baliza da formação de Barcelos, seis épocas que começaram na famosa temporada do quinto lugar, sob o comando de Álvaro Magalhães e ao lado de jogadores como Petit, Pedro Santos, Fangueiro, Ricardo Nascimento e Casquilha.
Desde essa altura o guardião realizou 193 jogos na Liga nacional. Apenas os castigos e uma pequena lesão na última época o afastaram do onze inicial. Mesma assim soma a bonita média de 32 jogos por época durante seis anos. Com a chegada de Jorge Baptista, contratado ao Estoril, parece que lhe está destinado o banco. Pelo menos são essas as indicações dadas pela pré-temporada, na qual o novo reforço tem levando vantagem.
Colocado perante todos estes factos, Jorge Baptista fica um pouco sem saber o que dizer. «Pois...», começa por adiantar o guarda-redes natural de Gaia e que recebe toda a confiança de Ulisses Morais, que curiosamente o faz acompanhá-lo desde que o conheceu antes da viragem do milénio no Dragões Sandinenses. «Trabalho para isso, mas ainda não é uma certeza. Pelo menos o treinador ainda não me confirmou nada. Espero que assim seja». Insiste-se com as indicações dadas pela pré-época e Jorge Baptista deixa um pouco mais de lado o receio das palavras. «Vim com a intenção de ser titular. Sei das dificuldades que ia encontrar, sei do valor que o Paulo Jorge tem e sei tudo aquilo que ele representa para o Gil Vicente, mas vim para ser titular».
«Somos uma equipa discreta mas muito arrumadinha»
Virando depois as questões para o discurso colectivo, Jorge Baptista soltou finalmente as amarras. Falar na primeira pessoa do plural é sempre muito mais cómodo. «Temos uma equipa arrumadinha e podemos estar mais tranquilos que na época passada», adianta. «Vamos confirmá-lo com os jogos, mas nesta altura parece-me que temos uma equipa superior à do ano passado. Há jogadores novos que já são conhecidos do treinador e há uma espinha dorsal que se mantém da época anterior, por isso torna-se muito mais fácil e seguro formar um onze forte». O Marítimo desloca-se domingo a Barcelos para começar a confirmar todas estas ideias. «O Marítimo tem uma boa equipa e luta todos os anos pelas competições europeias e não vai ser fácil. Mas confiámos em nós. Somos equipa discreta mas muito homogénea».