É um nome conhecido, um jogador de qualidades inegáveis, mas mesmo assim a defesa e o meio-campo do Benfica deram-lhe espaço suficiente para rematar com estrondo e bater Moretto por duas vezes. O Paços de Ferreira venceu por 3-1 e teve em Júnior um dos seus heróis.
Um herói também no esforço, dado que jogou com um dedo partido. «No jogo utilizei uma protecção específico, porque quebrei o dedo na quinta-feira. Incomodou muito, senti-me desequilibrado, porque não podia apoiar a mão em lado nenhum», contou ao Maisfutebol, já com uma tala bem visível na mão. Radiante, lançou uma sonora gargalhada quando lhe foi sugerido que os golos talvez tivessem sugerido que o sucesso talvez tenha sido aparecido devido a esse desequilíbrio: De repente até foi por causa do dedo que correu tão bem».
Devoto de Deus, Júnior só invoca a sua palavra quando se fala do futuro. Quanto ao resto, encontra explicações lógicas em tudo. «Ganhámos todos nós. A equipa do Paços mereceu este momento, porque os jogadores e a equipa técnica acreditaram desde o início na chance de manutenção. Este momento de alegria pessoal pelos golos marcados compartilho com os meus amigos, que incentivam, que trabalham juntos. Todos nós estamos de parabéns hoje», frisou, explicando a mudança de atitude na segunda parte:
«O Paços trabalha com simplicidade, com realidade. Ao intervalo o nosso treinador só nos consciencializou dos nossos valores e da nossa necessidade de pontuar. Entrámos em campo determinados a vencer o jogo. Penso, aliás, que na segunda parte o Paços foi o retrato do resto da época: uma equipa forte, solidária, bem composta e que acredita sempre».
Aproveitar os erros do adversário
Um dos factores do sucesso pacense residiu na má exibição de Moretto, que falhou no primeiro golo e nunca mais conseguiu estar tranquilo. Apesar de tudo, Júnior diz que só tentou acreditar no seu potencial para bater o guarda-redes do Benfica.
«Em primeiro lugar percebi que nós estávamos bem. É difícil estar a analisar o erro do adversário num momento tão complicado do jogo, mas investimos no que temos de melhor. Tenho como característica arriscar o remate de fora da área, assim como o Pedrinha, e sempre que existe a possibilidade arrisco, independentemente do Moretto estar mais ou menos concentrado no jogo. Só coloquei em prática o que tenho de melhor», conta, sempre com um enorme sorriso estampado na cara.
A felicidade só é interrompida quando se fala do futuro e na possibilidade de dar o salto. A vontade é grande, mas as oportunidades é que não têm surgido. «Isso acontecerá quando as pessoas quiserem. Esta foi a minha melhor época e creio que no futuro próximo os meus sonhos vão realizar-se. Mas não depende só de mim, a minha parte eu fiz e agora só espero que as coisas aconteçam», justificou, agradecendo sempre o desígnio divino.