Kardec: «Temos de entrar como se estivesse 0-0»

Alan Kardec considera que «num clássico não há favoritos» e garante que o Benfica não vai entrar em campo para defender a vantagem que trouxe do Dragão no segundo jogo da meia-final da Taça de Portugal marcado para esta quarta-feira. O avançado diz que o último jogo com o F.C. Porto, que definiu o título na Luz, já foi «apagado» e que a equipa está «ansiosa» por voltar a entrar em acção.

Vai ser o quinto embate entre os dois rivais na corrente temporada, com um saldo que, para já, é favorável à equipa de Villas Boas com três vitórias (Supertaça e dois na Liga) contra uma derrota (Taça de Portugal). «Num clássico não há favoritos. Cada jogo tem a sua história, eles têm uma boa equipa, nós também. Estamos confiantes no trabalho. Isso não quer dizer muito, agora é uma competição diferente», começou por destacar.

O Benfica parte com a vantagem de dois golos que trouxe do Dragão, mas Kardec garante que a equipa não vai entrar em campo para defender esse resultado. «Não tem direito de entrar diferente, temos essa vantagem de dois golos, mas temos de fazer o que temos vindo a fazer. Temos de entrar em campo e fazer o nosso jogo como se estivesse zero a zero. Dar sequência ao trabalho, lutando, trabalhando para que a vantagem possa continuar no nosso lado. Temos de jogar com a vantagem também. Mas não vamos só pensar em defender, temos de jogar igual», referiu.

Oito dias alucinantes, com a meia-final da Taça marcada para esta quarta-feira, a final da Taça da Liga marcada para sábado e depois o regresso à Liga Europa, com o primeiro embate com o Sp. Braga. «Temos de encarar um jogo de cada vez durante a semana. Agora temos de pensar no F.C. Porto, depois na Taça da Liga e depois na Liga Europa. Temos de estar com a cabeça tranquila e entrar em campo sempre para vencer. O Benfica é um das melhores equipas do Mundo, tem de jogar sempre para vencer», comentou.

Três objectivos a que Kardec prefere não atribuir um grau de prioridade. «Todos os jogos são importantes quando se joga no Benfica. Temos de pensar jogo a jogo, temos de honrar a nossa camisa. Não tem como classificar qual a mais importante. Talvez a Liga Europa, mas também temos a Taça da Liga e a Taça de Portugal. Temos de entrar em todas para vencer, não existe competições menores», referiu ainda.

«Último jogo já foi apagado»

No último embate, o F.C. Porto venceu na Luz por 2-1 e fez a festa do título onde o Benfica não queria, num jogo que ficou marcado pelo «apagão». «Não, isso já foi apagado. Não queríamos a festa na nossa casa, mas aconteceu. Mas já passou, foi apagado. Temos agora outro jogo para a Taça de Portugal, estamos confiantes. Não é uma vingança. Todos os jogos que entramos queremos vencer, independentemente das circunstâncias. No Brasil joguei grandes clássicos, joguei contra a Argentina nos sub-20. São jogos que nos dão mais motivação, estamos todos preparados, ansiosos por chegar a hora da partida e fazer o nosso trabalho», contou.

Kardec não faz parte das primeiras escolhas de Jorge Jesus, mas garante que está sempre preparado para qualquer eventualidade. «Com certeza, estou sempre preparado. Tive uma lesão no começo da época, o Benfica tem muitos jogadores de qualidade. Quem estiver jogando tem de estar em condições, mas quem for entrar também tem de estar. O treinador tem as suas opções. Joguei nove ou dez jogos como titular, depois o Cardozo regressou. Tem grande qualidade, faz golos, é uma pessoa com quem aprendo muito. Não só com ele, mas também com outros jogadores. Tenho de lutar pelo meu espaço», referiu ainda.