Leonardo Jardim está pronto para encarar o «ponto mais alto» da sua ainda curta carreira. O técnico de 36 anos, que na época passada orientou o Beira-Mar, mostrou-se motivado para levar o Sp. Braga aos objectivos traçados pela direcção: um dos quatro primeiros lugares e, pelo menos, uma das Taças internas que estarão em disputa.

«Para além desses objectivos, o presidente pediu-me trabalho, profissionalismo e que consiga a valorização dos activos do clube. Este é mais um desafio, mas tem sido sempre assim na minha carreira. Sempre que subi um patamar, apresentaram-se grandes dificuldades, diziam que não tinha grande experiência. Mas isso para mim até foi motivador», assegurou, na conferência de imprensa de apresentação.

O novo técnico dos «Guerreiros do Minho» disse, ainda, que o seu «objectivo de carreira» era «chegar à I Liga». «Depois de ter chegado, o objectivo passou a ser crescer e evoluir como profissional e conseguir trabalhar em clubes cada vez maiores. Consegui dar um salto grande e e, agora, pretendo desenvolver um trabalho positivo para satisfazer a direcção do braga e os seus adeptos», afirmou.

Rui Correia de regresso a Braga

A equipa técnica queLeonardo Jardim tinha em Aveiro acompanha-o nesta aventura, em grande parte. António Vieira será o treinador adjunto, Carlos Pires o técnico dos guarda-redes e Miguel Mota ficará com o dossier da observação. A estes junta-se Nélson Caldeira, preparador físico que, na temporada passada, integrava a equipa técnica de Pedro Martins, no Marítimo. A grande novidade acaba por ser a integração de Rui Correia. O antigo guarda-redes do clube, que deixou este ano a Académica, regressa ao Minho para desempenhar as funções de coordenador técnico dos guarda-redes.

Agora que a equipa técnica está formada, o Sp. Braga tem de construir o plantel para a nova temporada. Zé Luís e Rodrigo Galo (Gil Vicente), Djamal (Beira-Mar), Douglas (V. Guimarães) e Nuno André Coelho (Sporting) são os reforços conhecidos. Nenhum teve o aval do novo treinador.

«Os jogadores que irão entrar a partir deste momento terão o meu aval. Os que já estão contratados têm o aval da estrutura do Sp. Braga que mostrou, ao longo dos anos, ser competente», afirmou Leonardo Jardim.

A estrutura defensiva, que perdeu seis elementos, é, para já, a grande dor de cabeça. «Os problemas são para ultrapassar. A estrutura do Braga é extremamente organizada e teve tempo para laborar alternativas validas para construir um plantel de qualidade, tendo em conta os jogadores que saíram. Vamos conseguir preencher os requisitos para que o Braga consiga manter o nível», garantiu.

«Jardim, este ano é para o título!»

Leonardo Jardim iniciou a carreira de treinador principal na temporada 2003/04, ao serviço do Camacha. Em 2007 mudou-se para Chaves, tendo levado o clube à II Liga. Mas não o orientou. Esteve com um pé e meio no Gil Vicente, mas, numa reviravolta inesperada, aterrou em Aveiro. Com o Beira-Mar foi campeão da II Liga e estreou-se no maior dos campeonatos. «Conseguimos, eu e a equipa técnica que me substituiu, fazer uma temporada acima das expectativas de toda a gente», lembrou.

«Se estou preparado para jogar sempre para ganhar? Na II Divisão fui campeão, com o melhor ataque da prova. O ano passado? Realmente, na I Divisão tínhamos algumas dificuldades em jogar para o título...Tivemos de optar por outra forma de estar», referiu.

Segue-se o Sp. Braga. Depois de duas temporadas históricas sob a alçada de Domingos Paciência é de Leonardo Jardim que os adeptos esperam tudo. Depois da conferência de imprensa, subiu ao relvado onde o esperavam cerca de 50 adeptos, com uma mensagem definida: «Jardim, este ano é para o título». Como que a adivinhar, já antes o treinador tinha falado da pesada herança: «Tenho consciência que a fasquia está alta, mas isso motiva-me, porque quanto mais dificuldades têm os desafios, maior exigência temos nós para o projecto.»