Uma jornada que começou na sexta-feira e só terminou quase uma semana depois (nesta quarta-feira) torna uma análise algo estranha. De repente já estamos todos a falar dos jogos da Taça e na próxima jornada, até porque vem aí um dérbi entre o Benfica e o Sporting.

Pois bem, façamos então uma curta viagem no tempo e recordemo-nos que foi acima de tudo uma jornada desastrosa para os três grandes, que não conseguiram vencer. Por outro lado, o Nacional terá sido um dos grandes beneficiados com todos os resultados, dado que saltou para o quarto lugar, deixando para trás Estoril, V. Guimarães e Sp. Braga.

Lá por baixo, na luta pela permanência, o Belenenses ganhou algum oxigénio e o Paços de Ferreira entregou a lanterna vermelha ao Olhanense. Também o V. Setúbal ficou mais aliviado, enquanto o Arouca respira melhor após o empate muito positivo na Amoreira.

Mas vamos por partes, começando precisamente pelo jogo entre o Estoril e o Arouca. A jornada abriu na sexta-feira e tudo indicava que a equipa de Marco Silva ia ter tarefa fácil ante um dos últimos classificados, mas Pedro Emanuel estudou bem o adversário e apesar de se ter visto em desvantagem, após o golo de Sebá aos 36 minutos, teve paciência suficiente e foi premiado com o golo de Roberto aos 79 (1-1).

O sábado foi recheado de surpresas. Desde logo com o triunfo caseiro do V. Setúbal sobre o Rio Ave (2-0), com dois golos de Rafael Martins. A equipa de Couceiro surpreendeu a formação orientada por Nuno Espírito Santo e quebrou um ciclo de cinco derrotas consecutivas no campeonato.

O dia continuou na Madeira com o Marítimo a tentar suplantar a saída de Heldon para o Sporting. O FC Porto surgia como um adversário debilitado, sem confiança e sem Fernando. O que é certo é que os dragões não conseguiram ultrapassar os seus problemas e viram Derley marcar o golo solitário na vitória dos da casa por 1-0.

O Benfica entrou em campo sabendo deste desaire e tendo a oportunidade para aumentar a vantagem pontual para um dos principais rivais na luta pelo título. Após uma primeira parte muito dura, Lima abre o marcador de grande penalidade aos 62 minutos, mas o Gil Vicente reage com um grande golo de Vítor Gonçalves onze minutos depois. Até ao fim muita luta e mais uma grande penalidade no último minuto dos descontos. Cardozo, que regressava após três meses de paragem, pegou na bola e quis marcar o penálti, mas Adriano defendeu, segurando o 1-1.

O domingo não ficou muito atrás nas surpresas, dado que o Belenenses começou por vencer o Sp. Braga (2-1), travando a recuperação da equipa de Jesualdo Ferreira. Miguel Rosa abriu o marcador no início da segunda parte e Filipe Ferreira ampliou o marcador sete minutos depois. O jogo parecia ter sentido único, mas o Braga reagiu e chegaria a reduzir a desvantagem com um golo monumental de Alan quase do meio-campo. Foi o melhor que conseguiram fazer.

Logo a seguir, nova surpresa. Depois da derrota do FC Porto e do empate do Benfica, cabia ao Sporting vencer para se colar aos encarnados antes do dérbi da Luz. Só que Leonardo Jardim encontrou um guarda-redes muito inspirado na baliza da Académica e teria de lamentar mais um empate, que o mantém a dois pontos do Benfica.

A jornada prossegue na segunda-feira com a luta pelo quarto lugar. O V. Guimarães parte aparentemente em vantagem por jogar em casa, mas Claudemir marca logo aos oito minutos de grande penalidade. Tomané repõe a igualdade ainda antes do intervalo e a segunda parte é uma sequência de parada e resposta que só termina aos 88 minutos, quando Rondon dá a vitória (1-2) ao Nacional.

Finalmente quarta-feira e o jogo que encerra a jornada. Paços de Ferreira e Olhanense tentam discutir quem fica com a lanterna vermelha e os da casa sobressaem, triunfando por 3-1, com dois golos de Del Valle e um de Bebé. A equipa algarvia ainda festejou o tento de Paulo Regula, mas sai da Mata Real com mais uma derrota, continuando a não conseguir dar sinais de recuperação, apesar da mudança de equipa técnica e da contratação de alguns jogadores na reabertura do mercado de Inverno.