Vítor Pereira pode falar do Bayern Munique-FC Porto com maior propriedade: além de ter sido treinador dos dragões, duas vezes campeão, aliás, também é amigo de Guardiola, e estagiou recentemente com a equipa alemã antes de começar a trabalhar no Olympiakos.
 
Ora por isso o Maisfutebol pediu-lhe uma análise ao que pode ser o jogo desta noite.
 
«Vai ser um jogo de qualidade entre duas grandes equipas», referiu. «O FC Porto tem uma agressividade muito grande sobre a bola e é importante manter uma pressão dura no momento da transição defensiva.»
 
«Mostrou no jogo da primeira mão que a pressão sobre a primeira linha do Bayern Munique dá frutos, desde que feita de forma organizada.»
 
Sem querer desvendar segredos do Bayern, porque podia ser mal-entendido, Vítor Pereira deixou pelo menos claro que a estratégia do FC Porto na primeira mão foi bem pensada.
 
«Penso que a estratégia deve continuar a passar por aí, manter uma pressão capaz de provocar o erro no adversário. A forma como for capaz de levar o Bayern Munique a errar será fundamental.»
 
E o Bayern, perguntou-se?
 
«O Bayern Munique, por outro lado, vai fazer o seu jogo. Vai tentar não cometer os mesmos erros da primeira mão na transição, mas para além disso vai fazer um jogo de paciência até provocar o erro na organização defensiva do FC Porto.»
 
Ora por isso, acrescentou o treinador campeão pelo Olympiakos, o jogo desta noite vai decidir-se nos detalhes: num detalhe, mais precisamente.
 
«Os momentos de transição vão definir este jogo, tanto a transição defensiva como a transição ofensiva», sublinhou.
 
«A forma como cada equipa vai reagir no momento da perda e da conquista da bola vai ser determinante e definir o sucesso de FC Porto e Bayern Munique. Até porque este é um jogo de detalhes e a agressividade será a chave.»
 
Pelo caminho Vítor Pereira garantiu que nem FC Porto nem Pep Guardiola falaram com ele antes de preparar esta eliminatória.
 
Apesar de conhecer bem as duas equipas, o treinador do Olympiakos até sorriu com a pergunta.
 
«A este nível isso não existe», riu-se.
 
«Estuda-se o adversário ao pormenor e sabe-se tudo, tudo, tudo. Além disso é do conhecimento geral como o FC Porto joga e é do conhecimento geral também como o Bayern Munique joga. Depois o que pode ser diferente é a estratégia e a forma como cada equipa reage a essa estratégia. Mas isso origina-se na cabeça do treinador, claro.»