O Celtic recusou um convite do Legia Varsóvia para discutir a situação que levou ao afastamento do clube polaco do «play-off» da Liga dos Campeões, apesar de ter vencido a eliminatória com um resultado agregado de 6-1. Em causa está a utilização irregular de um jogador no segundo jogo que levou a UEFA a determinar uma derrota por 0-3 que permitiu ao campeão escocês seguir em frente para o «play-off» da liga milionária.

Entretanto já foi realizado o sorteio, que colocou os eslovenos do Maribor no caminho do Celtic no play-off da Champions e remeteu o Legia para a Liga Europa. O clube polaco recorreu, entretanto, da decisão da UEFA e, em simultâneo, Dariusz Mioduski, um dos proprietários do clube polaco, recordou os muitos exemplos de fair-play na história do clube escocês para lançar um apelo. «Faço este apelo tendo em atenção às vossas melhores tradições de honorabilidade e honestidade pelo que o vosso famosos clube ganhou notoriedade nos últimos 126 anos. Não destruam esse bonito legado que herdaram das passadas gerações dos The Boys», escreve Mioduski.

Entre os elogios, o Legia pedia ao Celtic a marcação de uma reunião, em Varsóvia ou em Glasgow, para discutir o assunto, mas o clubes escocês respondeu de forma menos floreada. «Ficámos desiludidos com os comentários do Legia. Este assunto é da inteira responsabilidade da UEFA. Reservamos futuros comentários para a altura apropriada», limitou-se a referir, de forma formal, o clube escocês.

O jogador que despoletou esta questão chama-se Bartosz Bereszynski que entrou aos 86 minutos do segundo jogo com o Celtic, em Glasgow, numa altura em que a equipa polaca, a vencer por 2-0, já festejava a qualificação, depois de ter vencido em casa por 4-1. O problema é que o referido jogador tinha sido castigado com três jogos depois de ter sido expulso num jogo da Liga Europa da temporada passada.

O Legia estava convencido que o jogador já tinha cumprido o castigo depois de não ter utilizado nos dois jogos com o St. Patrick Athletic e no primeiro jogo com o Celtic. O problema é que Bereszynski não estava na lista para os jogos com os irlandeses e a UEFA não contou essa eliminatória para efeitos do castigo. O Celtic acabou por vencer o segundo jogo na secretaria por 3-0 e segui em frente graças ao golo solitário que marcou na derrota em Varsóvia (1-4).

«Consideramos que é profundamente injusto e contraditório em relação às regras do fair-play que os nossos sonhos sejam esmagados pelos últimos quatro minutos de uma eliminatória que já estava decidida. O nosso jogador cumpriu o castigo na íntegra e não jogou intencionalmente os três primeiros jogos na Champions esta época», referiu ainda Mioduski que voltou a apelar às tradições de fair-play dos escoceses.

«Imaginem que Jock Stein e Billy McNeill [lendas do Celtic] tivessem ficado privados de alcançar o maior feito das suas carreiras devido a um impresso mal preenchido por um empregado do clube que até tinha agido de boa fé. Willie Maley, lendário treinador do Celtic, disse uma vez que no estádio um homem é apenas julgado pelo seu futebol. Só vocês podem decidir agora se este nobre credo será substituído por um uso oportunista de uma lacuna legal», referiu ainda o dirigente polaco. Terá sido esta última parte que o Celtic não gostou.