Noite de pesadelo é lisonjeiro para o que se passou no Dragão.

O FC Porto saiu do relvado corado de vergonha depois de perder por 0-4 frente ao não todo-poderoso Club Brugge. O Dragão viveu, portanto, uma das piores noites da Liga dos Campeões.

Enfim, não faltariam adjetivos para caracterizar a noite dos campeões nacionais. Os dragões fizeram uma exibição que esteve muito longe de ser condizente com o estatuto do clube na prova – nem honrou os pergaminhos do clube.

O Club Brugge conseguiu, imagine-se, igualar a maior vitória da sua história na Liga dos Campeões. Alcançou resultado idêntico contra o Mónaco em 2018/19.

Os minutos que antecederam o pontapé de saída trouxeram boas notícias: Otávio ia a jogo. A entrada do internacional português foi uma das quatro novidades na equipa portista, juntamente com Pepe, Zaidu e Evanilson. 

Alheio a isso, o Club Brugge, que investiu cerca de 50 milhões de euros para 2022/23, provou ser uma equipa madura e capaz de jogar bom futebol. Desde logo, o tricampeão belga foi capaz de roubar a bola ao FC Porto e percebeu-se rapidamente que é mais do que uma equipa com boas individualidades. Ainda assim, até foram os azuis e brancos a criarem a primeira situação com um remate em jeito de João Mário numa saída de contra-ataque.

Na resposta, o Club Brugge marcou na sequência de um penálti cometido precisamente pelo lateral-direito do FC Porto. Ferrán Jutglà fez o 1-0 e agudizou o desconforto da equipa portuguesa. Os portistas pareceram sempre com poucas pernas e pouco discernimento. Foram, no fundo, uma equipa sem ideias e incapaz de encontrar espaço dentro do bloco contrário. Acabaram por cair na tentação de lançar bolas longas para as costas da defesa contrária – a exceção foi uma triangulação entre Otávio, Evanilson e Pepê, que Mignolet defendeu.

A primeira parte terminou praticamente sem oportunidades. Os primeiros 45 minutos do FC Porto foram maus, mas ninguém estaria à espera do que aconteceu a seguir. Com as opções à disposição, Sérgio Conceição lançou Loader e Toni Martínez para os lugares de João Mário e Evanilson.

Nem houve tempo para perceber a ideia do treinador porque os diques do Dragão – qual cidade de Brugges – rebentaram. Logo aos 47 minutos, Jutglà assistiu no chão (!) Sowah para o 2-0. E o FC Porto nunca mais se levantou.

Volvidos cinco minutos, o Club Brugge fez o 3-0 e o resultado ganhou contornos de escândalo. Tudo fácil e simples para os belgas que trabalharam bem na esquerda até à finalização de Skov Olsen. Com a água a entrar por todo o lado, o FC Porto ainda ameaçou estancar a inundação por Toni Martínez (63m) e mais tarde, por Loader e Gonçalo Borges, mas Mignolet não permitiu.

Mas o pesadelo ainda não tinha acabado. O tricampeão belga fez o que quis da defesa contrária e já depois de Onyedika ter atirado ao ferro, Nusa pôs fim ao sofrimento portista com o 4-0 ao minuto 89. 

0-4 contra o Club Brugge. Umas das piores noites que o Dragão já viu. 

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