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Histórico! 54 anos depois de um golo de Eusébio ter dado a vitória em Turim, o Benfica repetiu o feito e bateu a Juventus, em Itália, por 2-1, numa partida da Liga dos Campeões.

Segue-se uma pausa para respirar fundo.

Os encarnados foram uma equipa de mão cheia. Não abandonaram o plano ao primeiro rude golpe, mostraram personalidade, coragem e uma capacidade tremenda para jogar bem. Por outro lado, a Juventus, que começou bem a partida, é uma sombra da equipa que outrora foi – nem pode ser equacionada para vencer a competição.

Com João Mário, Gonçalo Ramos e Bah de regresso à titularidade, as águias não poderiam ter imaginado pior início. A Vecchia Signora fez o 1-0 aos quatro minutos por Milik, após um livre cobrado por Leandro Paredes.

O Benfica sentiu, naturalmente, o golpe. Mas manteve-se agarrado ao plano e a pouco e pouco, recompôs-se e começou a chegar perto da baliza contrária. Gonçalo Ramos, de cabeça, deixou o primeiro aviso aos 27 minutos. Foi o primeiro sinal de perigo da formação portuguesa depois do melhor período dos bianconeri no encontro.

Os encarnados continuaram a pressionar alto e conseguiram recuperar várias bolas em zonas adiantas. Mas também foram capazes, por sua vez, de sair bem em ataque rápido. Numa dessas ocasiões, Rafa arrancou, aguentou a carga de Paredes, e depois de tabelar com João Mário, acertou no poste.

Notava-se que a Juventus estava desconfortável na partida. Foi, portanto, sem surpresa que o Benfica chegou à igualdade ainda antes do intervalo. Miretti pisou Gonçalo Ramos na área e depois de rever as imagens no monitor, assinalou penálti. João Mário fez o 1-1 e chegou ao quinto golo da temporada.

Numa equipa de futebol cada um funciona como uma peça de uma máquina, mas a prestação da peça não vale nada se está solta. António Silva e Otamendi estiveram quase irrepreensíveis, Bah e Grimaldo seguríssimos, Enzo e Florentino encheram a zona do meio-campo, Neres, João Mário e Neres passearam classe e Ramos foi um trabalhador incansável. Ou seja, o Benfica foi uma máquina, montada por Roger Schmidt, bem oleada. 

A segunda começou tal como a primeira: com a Juventus mais perigosa. Milik ficou perto do bis num lance estranho. No entanto, a Vecchia Signora desapareceu do encontro de seguida. O Benfica cresceu, teve bola e teve períodos em que banalizou o emblema italiano.

O jogo tornou-se fácil para os encarnados, sobretudo após o golo de Neres, na recarga a um primeiro remate de Rafa. A meia-hora do final, as águias continuaram a ter o controlo total do jogo. Seguiram-se três oportunidades seguidas, mas tanto Perin como Bonucci evitaram o 3-1.

Allegri foi ao banco e lançou Di María, Moise Kean, De Sciglio e Fagioli. Nem por isso a Juve teve alegria no seu jogo, mas deu um ar da sua graça. O avançado internacional italiano ainda enviou uma bola ao poste enquanto o lateral assistiu Vlahovic para o que seria o 2-2 não fosse o lance anulado por fora de jogo.

O empate seria um resultado lisonjeiro para a Juventus tamanha a supremacia do Benfica na segunda parte do encontro. Os rapazes de Schmidt superaram o teste mais difícil, na teoria, com nota máxima - quarta vitória na história do clube em Itália, a segunda frente aos bianconeri. 

Histórico, como se escreveu.