A Liga dos Campeões vai mudar na próxima temporada, como o Maisfutebol já escreveu, numa alteração que vai transformar por completo a competição. Antes de mais, e começando já por aí, deixa de haver oito grupos de quatro equipas, em que se apuram as duas primeiras, para haver apenas um grupo, de 36 equipas (a fase inicial vai ter mais quatro clubes).

Ora estas 36 equipas efetuam cada uma, na primeira fase (correspondente à atual fase de grupos), um total de oito jogos. Os adversários são diferentes de equipa para equipa, dependendo de um sorteio inicial que vai definir os jogos desta fase.

Ora o sorteio será feito dividindo as 36 equipas em quatro potes de nove equipas cada um. A definição dos potes é feita de acordo com o ranking de cada equipa, sendo que os campeões deixam de ter entrada direta no primeiro pote. 

O pote 1 recebe o vencedor da Liga dos Campeões da época passada, o vencedor da Liga Europa e a partir daí as sete equipas melhor classificadas no ranking UEFA. O pote 2 recebe as nove equipas que se seguem no ranking e assim sucessivamente.

LEIA TAMBÉM:
               Dossier Champions: vitória vai render menos, mas clubes portugueses vão receber mais
               Dossier Champions: grandes Ligas podem no limite ter sete equipas com entrada direta

Cada clube vai então efetuar oito jogos nesta fase inicial, sendo que dois adversários saem do pote 1, dois adversários do pote 2, dois adversários do pote 3 e dois adversários do pote 4. Depois defronta um adversário do pote 1 em casa e o outro adversário do pote 1 fora. O mesmo para os potes 2, 3, 4.

No final do campeonato, portanto, terá feito quatro jogos em casa e quatro jogos fora, todos com adversários diferentes. E isto, claro, para todas as 36 equipas apuradas.

Os 36 clubes fazem todos parte de um único pote, que vai estabelecendo uma classificação de 1º classificado a 36º classificado, dependendo dos resultados, claro: três pontos pela vitória, um ponto por empate, zero pela derrota, como em todos os campeonatos.

No final das oito jornadas, em que cada clube terá efetuado oito jogos, todos com adversários diferentes, será estabelecida então a classificação final, que irá definir quem passa à próxima fase.

As equipas que acabarem entre o primeiro e oitavo lugar apuram-se automaticamente para os oitavos de final. Já as equipas apuradas entre o novo e o 24º lugar apuram-se para um play-off, que se vai jogar a duas mãos e definir os restantes oito classificados para os oitavos de final (os quais se juntam aos oito já apurados para formar o lote de 16 equipas).

Ora os clubes que terminaram entre o nono e o 16º classificado serão cabeças de série no sorteio do play-off e vão defrontar uma equipa posicionada entre o 17º e o 24º posto. 

Outra novidade é que deixa de haver equipas a passar da Liga dos Campeões para a Liga Europa. O que significa que as equipas que terminarem entre o 25º e 36º lugares caem das competições europeias, estando de imediato eliminadas.

Outra novidade é que os sorteios, a partir do fim da primeira fase, passam a estar fortemente condicionados pela classificação do campeonato a 36 clubes. Ou seja, continua a haver um sorteio, mas é mínimo, apenas entre duas equipas e só para evitar confrontos políticos: por exemplo, para evitar que uma equipa russa possa defrontar uma equipa ucraniana.

Nesse sentido, e falando do sorteio do play-off, por exemplo, é feito um emparelhamento em tudo semelhante ao que acontece nos torneios de ténis: ou seja, as equipas mais bem classificadas vão defrontar as equipas pior classificadas.

Isto equivale a dizer que, no sorteio do play-off, o 9º e 10º classificados vão ser sorteados para defrontar o 23º e o 24º classificados. Já o 11º e o 12º classificados vão ser sorteados para defrontar o 21º e o 22º classificados do campeonato inicial. E assim sucessivamente.

O mesmo acontece a partir no sorteio dos oitavos de final, em que o primeiro e segundo classificados do campeonato inicial vão defrontar o  vencedor do play-off que tenha ficado menos bem classificado no campeonato.

A partir dos quartos de final e meias-finais deixa de haver sorteio, estando pré-definido à parte pelo emparelhamento. Mas o melhor é ver este esquema, que explica exatamente como será feito o sorteio das fases a eliminar.

Vale a pena referir, já agora, que os sorteio nunca serão totalmente puros. A partir da próxima época, os jogos serão determinados em parte por um sorteio normal, mas em parte também por um emparelhamento digital, já que as condicionantes são tantas, que será necessário recorrer à ajuda dos computadores para definir todos os jovens.

Já agora, sublinhe-se, na fase do campeonato inicial cada equipa só se pode defrontar uma máximo de duas equipas do mesmo país. O que significa que, no caso daqueles países que coloquem quatro, cinco ou até mais equipas nesta fase da Champions, é impossível um clube defrontar, por exemplo, três adversários do respetivo país.

Também deixa de haver, em caso de igualdade pontual, o desempate por confronto direto. Como só pode haver um jogo (ou nenhum, na maior parte dos casos) entre duas equipas, e esse jogo se fará na casa de uma delas, o confronto direto deixa de contar para a classificação. Os critérios passam a ser a diferença de golos em primeiro lugar, o número de golos marcados em segundo e o o número de golos sofridos em terceiro lugar.

Ora, em resumo, a nova Liga dos Campeões traz mais equipas e mais jogos: cada semana de Champions terá 18 partidas, divididas por terça e quarta-feira (à exceção da primeira jornada, que será disputada terça, quarta e quinta-feira), nos horários habituais de 17.45 e 20 horas.Deixa de haver o conceito de jogarem todos contra todos, uma vez que cada equipa defronta oito adversários diferentes de todos os outros clubes do campeonato. E tudo termina num só campeonato, classificado do 1º ao 36º lugar.

A UEFA diz que sentiu necessidade de alterar o formato porque havia falta de emoção na atual fase de grupos: a maior parte das decisões estava tomada antes da última jornada, por exemplo. Esta nova Champions, acreditam os responsáveis, trará uma competição mais dinâmica, mais equilibrada e com jogos de elevado interesse.

Também trará mais equipas dos campeonatos mais fortes, o que é fundamental para haver os tais jogos de elevado interesse.