Grande «remontada» do Real Madrid no Santiago Bernabéu, frente ao Wolfsburgo (3-0), sob a batuta de Cristiano Ronaldo.

O português completou um hat-trick, virou a eliminatória e chegou aos 16 golos na presente edição da Liga dos Campeões. Está a apenas um do recorde na competição. A quem pertence? A Ronaldo, naturalmente. Este é o seu habitat natural.

Os 2-0 do Wolfsburgo na Alemanha de nada valeram. A equipa de Vieirinha caiu aos pés de um bom Real Madrid, de Cristiano Ronaldo e Pepe. O sinal foi dado em poucos minutos.

Eis o filme do jogo.

FICHA DO REAL MADRID-WOLFSBURGO

Quarto de hora para aquecimento, à espera de Cristiano Ronaldo. Surge o português para resolver a primeira parte do problema em apenas um minuto. Recuperar de uma desvantagem de dois golos? Fácil. Chamem Ronaldo.

O Real Madrid sentia que o tempo não era bom conselheiro e atirou-se para cima do adversário sem pensar duas vezes. Atacou muito em pouco tempo mas só chegou ao golo num lance inesperado e com o finalizador habitual.

15 minutos de jogo. Carvajal ensaia um lance individual, pela meia direita. Tenta um passe para Benzema mas não resulta. Insiste. O lateral aproxima-se da área, cruza rasteiro, a bola surge um desvio e vai à procura de Cristiano Ronaldo, que a espera ao segundo poste. O encontro perfeito.

Era o pontapé de saída para uma noite sublime, mais uma, do português. O Real Madrid insistiu e conquistou de imediato um canto. Os adeptos ainda estavam a festejar o 1-0 quando Ronaldo surgiu de cabeça a fazer o segundo, em antecipação a Bruno Henrique.

A remontada parecia tarefa hercúlea mas tornou-se relativamente acessível na fase inicial do encontro.

Nada de verdadeiramente inesperado para Zinedine Zidane, percebeu-se. Os merengues sabiam o que fazer quando chegassem ao 2-0 e baixaram de imediato o ritmo, já que seria impossível manter a velocidade máxima e um golo do Wolfsburgo obrigaria o Real a dobrar a parada.

Prevaleceu a inteligência emocional e o respeito por um adversário que, após o sufoco inicial, demonstrou capacidade para provocar embaraços a Keylor Navas.

O Wolfsburgo, com Vieirinha no lado direito da defesa, apresentou os seus argumentos até ao intervalo. Na segunda parte, porém, foi cedendo progressivamente e caiu aos pés do principal suspeito: Cristiano Ronaldo, claro.

Zidane não mexia e esperava por algo. Por CR7, sobretudo. Diego Benaglio, antigo guarda-redes do Nacional da Madeira, ia fechando a baliza alemã. Ao minuto 66, tirou uma bola em cima da linha após cabeceamento de Sergio Ramos ao poste.

Pouco depois, o Real Madrid conquistou um livre frontal. Ronaldo atirou para o lado direito, Naldo abriu um buraco gigantesco na barreira e permitiu o primeiro hat-trick do português numa fase a eliminar da Liga dos Campeões.

Noite inesquecível, para somar à coleção, de Cristiano Ronaldo.

Um golo do Wolfsburgo mudaria por completo o rumo da eliminatória mas o 4-0 esteve mais perto que o 3-1. Benzema e Jesé Rodríguez, que substituiu o francês na reta final do encontro, vieram Diego Benaglio brilhar e evitar a goleada espanhola.