Luís Martins diz, com conhecimento, que no play-off de acesso à Liga dos Campeões, frente ao CSKA, «o Sporting tem hipóteses, mas a tarefa não será fácil».

O técnico, agora sem clube, era treinador-adjunto de José Peseiro quando os leões perderam a final da Liga Europa, diante da mesma equipa russa, e, anos mais tarde, rumou à Rússia como adjunto de André Villas-Boas no Zenit.

Por isso, Luís Martins, que deixou São Petersburgo na última temporada, faz o alerta: «O corredor direito é mais forte do que o esquerdo.»

Ainda assim, «o CSKA não é de todo uma equipa fácil. Tem uma boa equipa, uma equipa que foi vice-campeã na última época e campeã na anterior. Tem sabido manter o plantel e o treinador [Leonid Slutsky] está lá há seis anos. Por isso, é coesa também por aí».

«Tanto em Alvalade como na Rússia o CSKA dará tudo em campo, porque é sempre uma equipa que ambiciona passar à fase de grupos da Liga dos Campeões», disse, sem qualquer dúvida, ao Maisfutebol.

Em Lisboa, acredita Luís Martins, os russos apostarão mais no contra-ataque, no qual é preciso ter em conta dois jogadores: «O extremo Tosik e o avançado Musa, que na maior parte das vezes aproveitam bem os lances rápidos do médio Natkho.»

«O segundo avançado, Eremenko, também é bom e rápido», alertou ainda.

Nesse tipo de jogo, a defesa tem papel fulcral e diz Luís Martins que «a do CSKA é densa e fechada».

«A linha defensiva joga junta há muito tempo, tem muita experiência e ainda tem três jogadores que jogaram em Alvalade há dez anos. Para além do guarda-redes Akinfeev, os defesas e irmãos Berezutski e Ignashevich, que apesar da idade, continuam a ser fundamentais.»

«Também o lateral direito Mário Fernandes é forte», acrescentou.

Para além da tática, Luís Martins acredita que o CSKA jogará em Alvalade «apoiado no que aconteceu há 10 anos e, certamente, com vontade de explorar também o lado emocional».

Ainda assim, há muitas diferenças com o jogo de 18 de maio de 2005: «Há 10 anos a equipa era muito diferente e mais forte, principalmente no ataque no qual contava com Vágner Love, Olic e Daniel Carvalho. Teve a sorte de jogar a final da Liga Europa, pouco depois da paragem de janeiro a março. Tinha outra frescura física e mental e isso foi decisivo.»

Agora, aparece o Sporting com menos jogos.

No entanto, na segunda mão deste play-off, o primeiro confronto histórico entre as duas equipas na Rússia, o técnico fala de outro tipo de dificuldades.

«Na Rússia as dificuldades serão outras. É difícil jogar na casa do CSKA, também pelo ambiente. É certo que é uma equipa que joga muito em contra-ataque, mas no seu estádio o apoio transforma-a e aparece melhor no ataque. Assume mais o jogo e aparece em ataque continuado.»