A UEFA anunciou esta terça-feira que «está a investigar» a queixa apresentada pelo Inter Milão que diz que centenas de adeptos italianos foram impedidos de aceder ao Estádio do Dragão para assistir ao jogo da segunda mão dos oitavos de final da liga dos Campeões.

Em resposta enviada por escrito à agência Lusa, fonte do organismo regulador do futebol europeu remeteu «a responsabilidade pela gestão segura dos espetadores e a política de bilhética associada» ao organizador do duelo e às autoridades competentes.

«A UEFA foi informada de que um grande número de adeptos visitantes tinha comprado ingressos para setores destinados aos fãs da equipa da casa. Os regulamentos da UEFA estipulam que 5 por cento da capacidade do estádio deve ser providenciada à equipa visitante, numa área segregada para os seus apoiantes. Medidas de mitigação foram discutidas entre os dois clubes», agregou o organismo liderado pelo esloveno Aleksander Ceferin.

No final do jogo de terça-feira, que acabou sem golos e que ditou a saída do FC Porto da Liga dos Campeões, o administrador delegado do Inter Milão, Giuseppe Marotta, anunciou a apresentação de uma queixa na UEFA, em declarações reproduzidas nas plataformas do clube.

«Gostava de agradecer aos nossos adeptos que estiveram presentes [no Porto]. Os meus pensamentos também estão com os inúmeros fãs que não puderam entrar no estádio, apesar de terem comprado um bilhete legítimo. Vamos fazer uma reclamação à UEFA e procurar o diálogo para entender o que aconteceu, porque é um assunto sério», vincou.

Nas redes sociais estão, entretanto, a circular diversos vídeos de aglomeração de adeptos afetos ao Inter Milão nos acessos ao Estádio do Dragão, no Porto, depois de alegadamente terem apresentado na sua posse ingressos para a zona destinada aos apoiantes do FC Porto.

Em comunicado, o FC Porto já tinha advertido na véspera do jogo que, «por razões de segurança», seria negada a entrada de adeptos do clube visitante com bilhetes que não tivessem sido adquiridos diretamente junto do Inter Milão.

«Vi algumas crianças e famílias muito zangadas. É algo que lamentamos muito e agrega um sabor amargo à noite. Essas coisas não deveriam acontecer com nenhum adepto, já que o futebol devia ser sobre alegria e união», salientou Giuseppe Marotta, congratulando os futebolistas orientados por Simone Inzhagi pela continuidade na Liga dos Campeões.