Por David Marques, aluno da pós-graduação Media Capital/ISCTE em jornalismo

Esta sexta-feira pediam-se até cinco mil euros por um bilhete para a final da Liga dos Campeões. Em pleno Terreiro do Paço, onde está instalado o Champions Festival. Muitos compradores interessados nem eram espanhóis.

São 15.30 horas e o local é estratégico. Em frente ao arco da Rua Augusta, mesmo à entrada da Praça do Comércio, um grupo de ingleses faz-se acompanhar de cerveja e uma mensagem escrita em papelão. «Preciso de bilhetes», lê-se inglês, espanhol e português. «Estamos aqui pelo futebol», conta um deles.

Cinco minutos antes, um candongueiro tentou vender-lhe dois bilhetes, a cinco mil euros cada. «Ele não podia estar bem da cabeça. Ainda por cima, os bilhetes pareciam ser falsos. Já assisti a muitos jogos de futebol e sei reconhecer quando um bilhete é ou não verdadeiro», desabafa ao Maisfutebol. Mesmo que fosse, este inglês, adepto do Manchester City, assegura que por aquele valor nunca haveria negócio. «No máximo, estou disposto a pagar 800 euros por um bilhete», diz.

Muito mais do que os valores oficiais estabelecidos pela UEFA, cujos preços variavam entre os 70 e os 390 euros por ingresso. Agora, a horas do jogo decisivo entre Real e Atlético de Madrid, intensifica-se a cobiça por um lugar no Estádio da Luz.

E muitos interessados nem são espanhóis, como é o caso de um francês, adepto do PSG, a quem já pediram três mil euros por um ingresso. Muito longe do plafond máximo que definiu: 500 euros, até porque, observa, «há sempre o risco de o bilhete ser falso».
 
Cerca de 500 euros é também quanto três belgas estão dispostos a desembolsar. Um deles, de cartolina ao pescoço, identifica-se como adepto do Atlético de Madrid e os adereços alusivos ao emblema colchonero conferem-lhe o benefício da dúvida. Até ao momento, não conseguiu negociar por menos de 800 euros, mas mantém viva a esperança. «Ouvi dizer que amanhã chegam a Lisboa muitos espanhóis com bilhetes para vender», atira.