Laurent Blanc não conseguiu esconder alguma tensão na conferência de imprensa de antevisão da receção do Paris Saint-Germain ao Chelsea, jogo da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, marcado para esta terça-feira, para o Parque dos Príncipes. Uma conferência em que se falou pouco do jogo em si e mais no recente empate diante do Caen (2-2) e das muitas lesões que têm fustigado o plantel da equipa parisiense.

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No último sábado, o PSG chegou a estar a vencer por 2-0 e acabou por permitir o empate nos últimos instantes da partida. Lauren Blanc foi alvo de severas críticas. «Efetivamente, parecia um cenário de catástrofe. Tenho as costas largas para receber todas essas criticas. Se isso permitir que a minha equipa esteja concentrada contra o Chelsea, assumo todas as culpas da responsabilidade do cenário de catástrofe contra o Caen. Em todo o caso, tenho a sensação que qualquer coisa que aconteça ao PSG, seja o que for, a culpa será sempre minha. Se vocês [jornalistas] pensam que o meu objetivo maior não é proteger os meus jogadores e ter uma equipa mais competitiva, estão a colocar em causa as minhas competências profissionais e, sinceramente, isso entristece-me», comentou.

A verdade é que o PSG vai apresentar-se com muitas limitações, com quatro jogadores lesionados e outros três em dúvida para o jogo desta terça-feira. «Fomos obrigados a preparar o jogo de forma diferente com todos estes lesionados. Em todos os setores tivemos uma forte pressão na preparação deste jogo, mas todos os aspetos negativos permitiram uma grande união e um ambiente de determinação que certamente vamos precisar para bater o Chelsea», referiu.

Os dois emblemas cruzaram-se há um ano e o Chelsea seguiu em frente depois de ter dado a volta à eliminatória nos últimos instantes do segundo jogo. «O ano passado foi a capacidade do Chelsea de marcar um golo aqui que fez a diferença (3-1 para o PSG na primeira mão). Temos de marcar golos com a prioridade de não os consentir. Há jogadores de grande talento nos dois lados, mas vai ser a equipa que defender melhor que terá mais possibilidades de se qualificar», comentou.



No último jogo, no tal empate com o Caen, Ibrahimovic tirou a camisola depois de marcar um golo, no âmbito de uma campanha de solidariedade, mas o treinador espera que o avançado não repita o gesto na Champions. «Estava ao corrente dessa campanha. Ele marcou muito cedo, vimos as tatuagens e a correu tudo bem. Agora imaginem que jogo tinha aquecido e ele tivesse visto um segundo cartão amarelo. Terminaríamos o jogo com sete. Foi por uma boa causa, mas não sei se tirar a camisola será uma boa ideia. Se ele marcar manhã, espero que não tire mesmo a camisola, porque, se tirar, vai ver amarelo», referiu.

«Já conheço um pouco o Mourinho...»

Os jornalistas quiseram também saber se o jovem Marco Verratti, conhecido por ser impulsivo, estava preparado para a pressão habitual de uma equipa de Mourinho. «É com ele, depende da forma como ele gerir o temperamento. Tem de mostrar que já cresceu a esse nível. Já conheço um pouco o José Mourinho e sei que ele vai tentar fazer subir a temperatura do jogo. Por isso mesmo, os meus jogadores vão ter de manter o sangue frio, têm de saber que não podem reagir a provocações quando as coisas aquecerem. Têm de ficar calmos e frios. Não podemos ver mais amarelos. Vai ser um teste para o Marco, mas penso que já está mais maduro e vai saber lidar com isso», destacou ainda o antigo internacional francês.