As imagens do circuito de videovigilância do túnel do Estádio da Luz e o depoimento do assessor do Benfica, Ricardo Maia, foram determinantes na decisão de suspender o delegado João Dias por dezoito meses, explicou esta sexta-feira uma fonte da Liga à Agência Lusa.
«As imagens do túnel fornecidas pelo Benfica ao processo demonstram que João Dias não aguardou pelos árbitros junto à cabina depois de alegadamente ir ao controlo anti-doping e à flash-interview», refere a fonte citada pela Lusa.
As imagens, registadas no final da partida Benfica-Nacional, da temporada passada, revelam que João Dias «seguiu os árbitros no percurso feito no corredor de acesso aos balneários», «até à cabina», tendo entrado nesta «imediatamente após os árbitros».
O testemunho de Ricardo Maia já desmentia a versão de João Dias. O assessor do Benfica garantiu que João Dias «nunca esteve na zona do flash interview, em especial quando ocorreram os insultos de Paulo Gonçalves (assessor jurídico do Benfica) aos árbitros».
O Benfica-Nacional terminou sob intensos protestos da equipa da casa depois do árbitro Pedro Henriques ter anulado um golo nos minutos finais. Nuno Gomes foi punido com dois jogos de suspensão e uma multa de mil euros por «infracção disciplinar», apesar do comportamento do avançado não ter sido mencionado no relatório de João Dias.
«Tal delegado presenciou, após o jogo, no túnel de acesso aos balneários e junto da equipa de arbitragem, comportamentos injuriosos de agentes desportivos, e tais comportamentos lhe foram comunicados pela mesma equipa de arbitragem», lê-se no acórdão da Comissão Disciplinar da Liga.
A mesma fonte ouvida pela Lusa adiantou que «a Comissão Executiva da Liga não convidou João Dias para a presente época desportiva, razão pela qual não faz parte do actual Quadro de Delegados da liga e não por ter abandonado tal quadro a seu pedido».