Fernando Santos pediu aos seus jogadores que comandassem o jogo frente ao Áustria de Viena, da segunda mão da pré-eliminatória da Liga dos Campeões, e estes cumpriram as ordens do treinador. Os encarnados entraram em campo dispostos a resolver rapidamente o jogo, por isso, começaram a construir a vitória, por 3-0, ainda durante a primeira parte. Rui Costa foi o maestro de uma orquestra que se queria afinada, abrindo o caminho para a passagem do Benfica à fase de grupos da Champions.
Nos primeiros 45 minutos só deu Benfica. Fernando Santos repetiu o onze de Viena e também o sistema de jogo, que parece dar maiores garantias de sucesso, que o polémico losango. Os encarnados atacaram e jogaram a um ritmo elevado. Logo aos 8 minutos, Nuno Gomes obrigou Safar a defesa apertada. As jogadas de perigo só surgiram junto da baliza dos austríacos e os frutos chegaram ao minuto 20, com Rui Costa a voltar a marcar na Luz com a camisola das águias. Nuno Gomes ofereceu o golo ao maestro que, de pé direito, colocou os mais de 58 mil adeptos em delírio.
Os seis minutos seguintes foram de inteiro sufoco para os austríacos, com Paulo Jorge, Katsouranis e Rui Costa a terem oportunidade de dilatar a vantagem. O que, por esta altura, já se justificava. O Áustria de Viena quase se limitou a deixar jogar, não conseguindo construir lances de perigo para a baliza de Quim. O meio-campo preenchido, por cinco homens, com Radomski mais recuado, a ajudar a defesa, não conseguiu fornecer jogo ao único homem da frente, Wallner. O golo dos austríacos só poderia ter surgido através de um lance que poderia ter sido infeliz para Quim, que viu a bola ressaltar na relva e atrapalhou-se. Passado esse susto, não existiram ocasiões para a equipa de Viena.
Apesar do 1-0, o Benfica não baixou o ritmo e apresentou boas jogadas, se bem que se notou uma lacuna que Fernando Santos terá de emendar. Os laterais quase não subiram. Nélson ainda fez algumas incursões até ao ataque, mas Ricardo Rocha manteve-se estático no eixo mais recuado. Os encarnados continuaram a carregar e a vantagem sabia a pouco. Já em tempo de descontos surgiu o golo de Nuno Gomes. Katsouranis cortou um lance dos austríacos e lançou o avançado para o ataque. O camisola 21, perante a saída de Safar, teve a calma suficiente para evitar o guarda-redes.
Velocidade q.b. e a ameaça de goleada
Na segunda parte, o treinador do Áustria colocou Lasnik em campo, um dos homens que mais perigo criou na primeira mão, mas a mudança não teve efeitos práticos. Até porque o Benfica entrou com a mesma vontade e garra da primeira metade e do outro lado só teve um adversário que mostrou por que, com seis jogos realizados no campeonato, ainda não conseguiu vencer na prova caseira. Os austríacos não mostraram qualidades para importunar os encarnados e menos ainda para dar a volta à desvantagem.
O primeiro lance de perigo da formação treinada por Schinkels surgiu apenas aos 55 minutos. Ainda assim, nada que fizesse estremecer os benfiquistas que, no minuto seguinte, fizeram o 3-0. Paulo Jorge lançou Manú que, perante a saída de Safar, tocou para Petit, que só teve de encostar para o fundo da baliza. O 4-0 esteve à vista, mas a missão estava cumprida.
O Benfica passa à fase de grupos da Liga dos Campeões, uma prova importante desportiva e financeiramente. Na quinta-feira há sorteio e aí serão conhecidos os adversários dos encarnados para a próxima fase da liga milionária.