O FC Porto venceu o Lokomotiv e não só segue na carruagem da frente do Grupo D da Liga dos Campeões, já a espreitar os oitavos de final, como foi a Moscovo resgatar mais um vagão de milhões.

De forma insólita, o Lokomotiv chegou ao estádio de metro, contornando assim o trânsito caótico da capital russa, mas não demorou a entrar no jogo.

Aos 10’, Telles derrubou Aleksey Miranchuk na área, mas no frente a frente com Manuel Fernandes, Casillas salvou os dragões. Dez minutos depois, seria a vez de Telles se redimir, ao salvar por duas vezes na pequena área o golo dos russos, após uma boa combinação entre os irmãos Miranchuk.

O escritor russo Dostoievski criou os irmãos Karamazov, este Lokomotiv pode contar com os irmãos Miranchuk. Foram eles a maior dor de cabeça dos campeões nacionais nesta noite. Já lá iremos… Antes de falarmos de Aleksey e Anton, há que referir que estiveram azarados os portugueses do Lokomotiv. Manuel Fernandes falhou um penálti logo a abrir, Eder, por sua vez, concedeu um para o FC Porto, ao agarrar Felipe na área, aos 25’.

Marega – marcador improvável – converteu a grande penalidade e colocou em vantagem os dragões, que ampliariam aos 35’, numa grande jogada de Corona, que bailou na cara de Anton Miranchuk e cruzou para a cabeça de Herrera, que fez o segundo.

Tudo parecia sobre carris para os dragões, mas o Lokomotiv ainda não havia descarrilado.

Três minutos depois do 2-0, uma displicência de Éder Militão havia de permitir ao a Aleksey recuperar a bola e servir o irmão Anton, que na área reduziria para 1-2.

Com as duas equipas a encaixarem-se em dois desenhos táticos próximos do 4-2-3-1, era pelos dois irmãos, soltos nas alas, que surgia o perigo para o FC Porto.

O Lokomotiv, sem Smolov e Farfán, criava perigo sobretudo nas transições rápidas.

Por sua vez, o FC Porto pôde finalmente contar com a leitura de jogo e qualidade de passe de Óliver, que esta época só havia sido titular contra o Vila Real.

O médio espanhol foi chamado ao onze e surgiu no meio-campo bem próximo de Danilo. Herrera jogava mais solto na frente, com Corona e Brahimi nas alas e Marega a ponta de lança, opção de recurso face às ausências de Aboubakar, lesionado, e Soares, não inscrito.

O FC Porto tinha mais posse de bola (65%-35% ao intervalo), mostrou-se mais maduro e capaz de controlar o jogo e contou com uma ponta de sorte nos momentos-chave.

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A segunda parte abriu quase com o golo de Corona – grande exibição do mexicano – bem servido nas costas de Howedes por Brahimi. Porém, mesmo com 3-1 no marcador os dragões não conseguiriam controlar o jogo em absoluto.

Eder até chegou a introduzir a bola na baliza, aos 55’, mas o lance, duvidoso, foi anulado pelo árbitro da partida. Manuel Fernandes, por sua vez, sairia de campo dez minutos depois, deixando o treinador Yuri Semin de mão estendida.

O meio-campo portista ainda oscilou algumas vezes e, lá atrás, Maxi Pereira mostrou-se, uma vez mais, apesar da vontade, demasiado lento para o vai e vem a que os laterais do FC Porto estão obrigados. Nada que colocasse em causa o triunfo portista, que ganharia firmeza com a expulsão, justa, de Kverkvelia.

O nulo entre Galatasaray e Schalke, deixa o FC Porto isolado (com sete pontos) no comando do Grupo D e já a espreitar os oitavos de final, o que pode confirmar-se na próxima jornada, na receção ao Lokomotiv, no Dragão.

Ainda não dá para abrir o champanhe, ou sequer vodca, apesar de nesta noite de Moscovo ter havido Corona – o melhor em campo, com um golo e uma assistência.

Ao quinto jogo na capital russa, os dragões somaram a quinta vitória.

Depois de três triunfos frente ao CSKA e um sobre o Spartak, desta vez, na estreia frente ao Lokomotiv, uma vitória por 3-1… E 2,7 milhões de euros nos cofres.

Mais vale pintar a Praça Vermelha de azul e branco.