Passaram-se sensivelmente 16 anos sobre a mítica final de Camp Nou em que o Manchester United de Beckham, Giggs e companhia conquistou a Liga dos Campeões Europeu aos alemães do Bayern de Munique. Os bávaros ainda estiveram na frente do marcador, com um golo de Mário Basler logo aos seis minutos, mas viriam o troféu fugir-lhes das mãos mesmo no final do encontro em dois lances de bola parada assinados por Sheringham e Solskjær.

Nas extremidades do campo estavam dois monstros sagrados das balizas: Oliver Kahn, defendia as redes dos alemães, e Peter Schmeicher era o número um dos ingleses.

Passados todos estes anos, os dois sentaram-se, reviram o jogo épico que valeu a segunda Liga dos Campeões aos «Red Devils» e são unânimes em encontrar o responsável pela cambalhota no marcador: Ottmar Hitzfeld.

Para o guarda-redes que, no ano seguinte, viria a vestir a camisola do Sporting, os momentos-chave foram as substituições promovidas pelo técnico germânico, tirando de campo Mathäus e Basler, e  entrada de homens de ataque nos reds.
 
«Quando vocês [Bayern] fizeram as substituições, nós tínhamos lançado para o jogo Teddy Sheringham, Solskjaer. O Yorke ainda lá estava e também eu subi à área. Foi um pouco confuso», lembrou o dinamarquês em conversa com Oliver Kahn.
 
O guardião germânico concordou e apontou o dedo ao treinador. «Estou certo que estávamos muito organizados, excepto nos últimos minutos quando Hitzfeld fez as substituições. Matthaus foi substituído por Thorsten Fink e a nossa organização mudou», considerou, recordando que um dos pontos fortes dos ingleses era mesmo as bolas paradas.
 
«O Manchester United beneficiou dessa falta de organização e o Peter disse-me que não era novidade para eles ganharem nos últimos minutos. Como se chamava isso? Fergie Time?», questionou o alemão não se esquecendo de elogiar a atitude do árbitro Pierluigi Colina que se aproximou dos jogadores bávaros tentando levanta-los do relvado.