Carlos Carvalhal prometeu luta até ao último segundo do segundo jogo e o golo de Miguel Veloso, a tês minutos do final, em Goodison Park, permite ao treinador manter a promessa de pé para o jogo de Alvalade depois da derrota pela diferença mínima no primeiro embate com o Everton (1-2). Os leões até estiveram bem na primeira parte, com Izmailov em destaque, mas caíram a pique na segunda e só voltaram à luta com a entrada de Yannick Djaló.
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Carlos Carvalhal apostou num meio-campo mais consistente, juntando Pedro Mendes e Miguel Veloso à frente da defesa e atrás de Moutinho, Matías e Izmailov que jogaram no apoio directo a Liedson. O Everton também iniciou o jogo com algumas cautelas, com um sistema muito parecido com o dos leões, com Osman e Arteta mais recuados. O início do jogo foi lento, com muita gente na zona central. Os ingleses insistiram nos pontapés em profundidade, procurando, assim, chegar mais facilmente à área de Patrício, mas com poucos resultados práticos. O Sporting ia respondendo mais de pé para pé, quase sempre pela direita, com Izmailov e Matías a entenderem-se bem nesse flanco.
O Everton foi o primeiro a arriscar, com Donovan a juntar-se a Saha na frente e a primeira oportunidade foi mesmo dos ingleses, valendo ao Sporting uma saída arrojada de Rui Patrício aos pés de Saha e, depois, uma boa defesa à recarga de Osman para adiar o primeiro golo. A equipa de Alvalade respondeu, pouco depois, com um forte pontapé de Abel que, por pouco, não teve o mesmo resultado de Old Trafford há uns anos.
Quando parecia que o Sporting estava a subir de produção, o Everton chegou ao golo: arrancada de Neville no corredor direito e passe a lançar Cahill para o interior da área. Pressionado por Abel, o australiano atrasou de calcanhar para o remate de primeira de Pienaar, sem hipóteses para Patrício. O Sporting reagiu bem e esteve perto de empatar antes do intervalo com destaque para mais uma iniciativa de Izmailov que, a caminho de assinar pelo Lokomotiv Moscovo, tudo fez para deixar saudades em Alvalade. O russo, depois de mais uma boa combinação com Matías, encheu o pé para um remate que levou a bola ao poste.
Se a perspectiva até parecia boa para o Sporting no final da primeira parte, tudo mudou no início da segunda. O Everton entrou a pressionar mais e a equipa de Carvalhal esteve largos minutos sem pegar na bola e, pior, sofreu mais um golo de bola parada. Na sequência de um canto, Rui Patrício falhou a intercepção da bola e esta sobrou para Distin que encostou com a coxa (ou com o braço?) perante os protestos do guarda-redes do Sporting.
Os leões mal conseguiram esboçar uma reacção em campo e esta acabou por vir do banco, com Carvalhal a prescindir de João Moutinho e Matías Fernandez para lançar, de uma assentada, Yannick Djaló e Carlos Saleiro, à procura de um golo deixasse a eliminatória mais favorável para Alvalade. O Everton ia no sentido contrário, satisfeito com a vantagem, foi-se encolhendo sobre o seu meio-campo, deixando muito espaço para as arrancadas de Yannick que foram fazendo mossa. Faltavam três minutos para o final quando um mau atraso permitiu a Liedson destacar-se na área. Distin caiu sobre o levezinho e o árbitro não teve dúvidas em apontar para a marca de grande penalidade que Miguel Veloso, já sem Moutinho em campo, converteu com classe.
Um golo muito festejado pelo Sporting, uma vez que deixa a equipa a apenas um golo (se não sofrer) dos oitavos-de-final da única competição em que ainda guarda aspirações na presente temporada. O jogo decisivo está marcado para 25 do corrente mês.