O que vai ler a seguir até pode ser uma ironia do futebol. Mas os dados recolhidos pelo Centro de Estudos do Futebol da Universidade Lusófona demonstram que os italianos da Juventus criaram mais do que o Benfica e perderam.

A análise das perdas/recuperações de bola aos 90 minutos dão uma indicação clara do que foi o jogo. O Benfica começou bem, a Juventus deu a volta por cima depois.

Ora, o primeiro gráfico explica que a Juventus teve 11 por cento de perdas de bola ainda no seu meio campo, nos 45 minutos iniciais. O Benfica entrou a pressionar e conseguiu suster a vecchia signora. 


Ainda assim, um dado interessante. Na zona média, apenas 8 por cento de perdas de bola da Juve. Ou seja, quando conseguiam sair da pressão inicial, os italianos chegavam quase sempre à zona ofensiva e à de remate: foi mesmo nesta que apresentaram 46 por cento das perdas de bola.

A tendência mudou na segunda parte. Só dois por cento das perdas de bola da Juventus aconteceram no meio-campo defendido por Buffon. Conclusão: o Benfica não pressionava como no primeiro tempo. Consequência imediata: os italianos perdiam a bola bem mais à frente e aumentaram imenso a percentagem de criação e finalização: 21 e 16 por cento no segundo tempo em comparação com os 15 e 5 da primeira.



A eficácia voltou a ser uma das armas do Benfica. No primeiro remate, fez golo. No segundo tempo, teve a mesma percentagem pois fez os mesmos quatro remates e apontou um golo. Já a Juventus finalizou o mesmo número de vezes, mas com distribuição bem diferente: duas na primeira parte, seis na segunda.

O Benfica aproveitou uma bola parada, mas esse até é um aspeto curioso da partida. Houve muito poucas situações destas em todo o encontro: as águias beneficiaram de seis, a Juve de sete.