A FIGURA: Edgar Costa

O avançado madeirense do Marítimo podia ter-se limitado a resolver a partida com um golo que virou o jogo do avesso, quando a sua equipa estava em inferioridade. Mas não… O golo é de facto um lance fantástico… Ainda assim, a extraordinária exibição de Edgar Costa não se resume a este rasgo de puro talento. Sem Dyego Souza, que viu o cartão vermelho, coube-lhe a ele ser a principal referência ofensiva da equipa. Abnegado, correu quanto pôde, deu trabalho aos centrais do Nacional e, quando parecia já perto dos seus limites, sacou da cartola um dos mais belos golos desta liga. Mereceu o prémio de resolver o dérbi do Funchal em grande estilo, saindo de campo pouco depois, sob aplausos.

O MOMENTO: Minuto 59’. A obra-prima de Costa

O Marítimo estava por baixo. A jogar com menos um elemento e com outros amarelados, sofria para segurar um ponto em casa no dérbi frente ao Nacional. Foi aí que apareceu a obra-prima de Edgar Costa. Assistido por Fransérgio, o avançado madeirense dominou a bola, primeiro com o peito, depois com o pé e ainda com a coxa antes de um remate à meia volta colocadíssimo de fora da área. Um golão! Dos melhores deste campeonato. Há poucas formas tão espetaculares de decidir um dérbi.

NEGATIVO: Dyego Souza

Alan foi impetuoso na bola dividida, mas nada justifica a reação de Dyego Souza: uma cotovelada clara, que lhe valeu a expulsão logo aos 18 minutos de golo. O goleador maritimista perdeu a cabeça e protagonizou um lance de violência gratuita, que prejudicou para a sua equipa e é mau para o futebol.

OUTROS DESTAQUES:

Fransérgio

Dos seus pés saíram as duas assistências para golo. Se no primeiro o mérito é sobretudo de Edgar Costa, no segundo Fransérgio é autor de meio golo, ao colocar Éber na cara de Rui Silva. Uma exibição determinante para definir o resultado do jogo também porque ajudou a manter os equilíbrios com equipa em inferioridade numérica, antes de sair lesionado bem perto do final.

Éber Bessa

Tal como Fransérgio coube-lhe o papel de segurar o meio-campo e de se desdobrar para o ataque. Foi também decisivo e mostrou frieza na hora de sentenciar a partida: o golo assenta-lhe bem. 

Sequeira

Acima e abaixo… Fez todo o flanco esquerdo e desde traz foi um dos principais desequilibradores dos alvi-negros. Sequeira esteve sobretudo e destaque a atacar: fez nove cruzamentos (um registo impressionante)… Não foi por ele que o Nacional esteve longe da baliza esta noite.

Salvador Agra

Foi um dos agitadores do ataque do Nacional, sobretudo na primeira parte. Nos sprints pelo flanco direito ou através de bolas paradas teve alguns lances de perigo. Perdeu fôlego e discernimento com o decorrer da partida.