Era um jogo entre siameses, por estarem colados na tabela, com o desempate a pender para os estudantes pela diferença de golos, e assim ficaram depois da contenda. Mais responsabilidades para os da casa, que, em teoria, teriam obrigação de ganhar, mas excelente postura da equipa recém-chegada da II Liga.

O Moreirense faz, aliás, claramente do coletivo o seu forte, pois não apresenta quaiquer nomes sonantes e, para cúmulo, Bolívia, de longe o jogador de maior nomeada do plantel está lesionado.

Paulo Sérgio surpreendeu no onze inicial. Quando se esperava que pudesse manter a equipa que ganhou em Arouca (primeira vitória da época), resolveu inovar com o regresso de Iago, depois de ter prejudicado a equipa diante do Estoril quando foi expulso; retirou Nuno Piloto, um dos melhores no último jogo para dar ritmo a Fernando Alexandre e, finalmente, no ataque, decidiu estrear Salli para o lugar de Magique.

Do outro lado, Miguel Leal também não se ficou atrás. Mudou um extremo, Arsénio, que ficou no banco para dar lugar a Gerso, quiçá para jogar com a motivação do luso-guineense por defrontar a ex-equipa, e também o ponta-de-lança: Alex deu lugar a Cardozo.

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As mudanças terão sortido melhor efeito aos visitantes, que entraram de forma felina no jogo e assim prosseguiram durante toda a primeira parte. Rápidos sobre a bola, despachados a fazê-la chegar ao último terço do terreno, os cónegos só não chegaram ao intervalo em superioridade no marcador por manifesta falta de qualidade na finalização.

Ao invés, a Académica revelava problemas antigos. Pouco espevita na zona central, onde Obiora e Fernando Alexandre perdiam sistematicamente os duelos com os médios moreirenses, a equipa de Coimbra expunha demasiado os centrais que, sobretudo Aníbal Capela, estão longes de serem um exemplo de segurança a toda a prova.

O resultado foram as inúmeras investidas forasteiras à baliza de Cristiano, que, devido à tal falta de produtividade do ataque verde e branco, acabou por ter de fazer uma única defesa, com o pé, ainda que tenha passado por vários sustos.

A Briosa pode, contudo, reivindicar para si a principal oportunidade de abrir o marcador, mas Marafona foi enorme entre os postes. O saldo da primeira metade da partida ficava-se, assim, por um nulo lisonjeiro para os da casa.

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O Moreirense manteve a pressão alta face ao estilo mais desgarrado e de bolas longas dos estudantes. Mas quando os homens de Paulo Sérgio encontravam antídoto para a estratégia arrojada dos cónegos, havia perigo.

Rui Pedro esteve à beira de marcar, depois de grande jogada de Salli, mas Marafona estava, uma vez mais, bastante atento. A jogada foi como um aperitivo para aquilo que a Briosa iria fazer daí para a frente.

Sem atingir níveis de excelência, mas bem mais rematadora, a equipa de Paulo Sérgio encostou o Moreirense à sua área e mostrou-se mais incisiva. Apesar de não abdicar da ofensiva, Miguel Leal estaria por estas horas a pensar que o empate não seria mau de todo.

Do lado dos da casa o risco também não foi absoluto e, afinal, na tabela, continuariam à frente do adversário.